Uma retrospectiva com histórias de superação, solidariedade, fé e esperança, para inspirar você a começar bem o novo ano.
Emanuelly, José e Paulo são alguns dos personagens de histórias que nos inspiraram em 2020.| Foto: Arquivo pessoal

Pelo menos uma vez por semana nós, do Sempre Família, nos dedicamos a contar uma história inspiradora. Essa já é uma tradição desta equipe e, nestes quase dois anos de pandemia, vimos o quanto é importante contar a vocês boas notícias.

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São histórias de superação, solidariedade, fé e esperança. E achamos que neste fim de ano seria interessante relembrar esses exemplos, para inspirar você a começar 2022 com mais ânimo e com o desejo de, ainda que com pequenos gestos, ser um agente de transformação na vida de outras pessoas.

Criança pede cadeira de rodas para vizinho como presente de Natal e leitor da Gazeta do Povo faz doação

Emanuelly da Luz Rodrigues percebeu que o vizinho não saía de casa por dificuldades de locomoção e decidiu trocar seu presente pelo dele: “eu posso ganhar em outro momento”
Emanuelly da Luz Rodrigues percebeu que o vizinho não saía de casa por dificuldades de locomoção e decidiu trocar seu presente pelo dele: “eu posso ganhar em outro momento”| Arquivo Pessoal/Leticia da Luz Vieira

Começamos com uma história recente e que teve um resultado surpreendente. A Emanuelly da Luz Rodrigues, de 6 anos, pediu em uma carta ao Papai Noel uma cadeira de rodas motorizada para o Ito, seu vizinho de 56 anos. Ele perdeu o movimento das pernas e das mãos há três anos e precisa de ajuda para levantar da cama, comer e ir até a área externa da casa onde mora. A história foi contada pela repórter Raquel Derevecki no dia 23 de dezembro e alguns dias depois um leitor da Gazeta do Povo resolveu dar de presente a cadeira ao Ito. Além disso, uma corrente do bem se iniciou e a casa dele receberá algumas reformas em breve.

Reciclando alumínio, vigilante já doou R$ 142 mil para hospital do câncer em Rondônia

Com doações regulares a hospital do câncer em Rondônia, o vigilante José Carlos de Oliveira auxilia no tratamento de 25 mil pessoas.
Foi durante as caminhadas feitas por recomendação médica que o José começou a recolher latinhas.| Arquivo pessoal/José Carlos de Oliveira

Um problema de saúde virou uma grande corrente de solidariedade. É graças ao esforço de toda uma cidade de Rondônia, que o Hospital de Amor, que trata pacientes com câncer, já recebeu aproximadamente R$ 142 mil em doações. E tudo isso começou com José Carlos de Oliveira, funcionário público da Prefeitura de Cabixi, que resolveu juntar latinhas.

Carro sorteado em rifa solidária volta para o dono que precisava fazer tratamento de saúde

Foi a solidariedade que uniu as histórias de um radialista e um carpinteiro, em Fraiburgo, no oeste catarinense. Neri Gonçalves, de 66 anos, mora em uma propriedade a 20 km da cidade e um faz-tudo. O carro era o principal meio de transporte entre uma empreitada e outra. Em abril deste ano ele sofreu um acidente e ficou um tempo sem poder trabalhar. A nora dele sugeriu, então, fazer uma rifa e sortear o carro para que a família arrecadasse algum dinheiro e pudesse arcar, principalmente, com as despesas médicas do tratamento. Ele só não esperava ver a atitude do ganhador da rifa.

Acolhida após gravidez precoce, hoje ela retribui atendendo 300 crianças em projeto social

Nem em sonho a Edilaine Aparecida de Lima poderia imaginar o que o futuro reservaria para ela. Aos 15 anos, grávida, passou fome, enfrentou a miséria. Virou catadora de papel e perdeu a guarda de uma das filhas. Doente, foi morar na Vila 29 de Outubro, em Curitiba. A ocupação fica no bairro Caximba, região do antigo aterro sanitário da capital paranaense. Só que essa história, que tinha tudo para terminar mal, serviu de combustível para Edilaine querer fazer a diferença. Ajudada pelos moradores da Vila nos momentos de maior necessidade, ela quis retribuir. Apaixonada por Monteiro Lobato, começou a reunir as crianças do bairro, durante a tarde, para contar histórias infantis. Quando se deu conta eram 30 pares de ouvidos atentos e bocas famintas, esperando pelo lanchinho que ela servia depois das leituras.

Em meio à pandemia, menina de 12 anos cria escolinha para manter crianças estudando

Tudo começou como uma brincadeira de criança. Com as aulas presenciais suspensas, Maria Érica Rocha Simão, de 12 anos, reuniu os amiguinhos e passou a fingir que estava em uma escolinha. Tempo depois, contou com a ajuda dos vizinhos para transformar a distração em ocupação. Foi assim que surgiu, há quase um ano, a Escolinha da Esperança – um lugar onde a menina partilha seus conhecimentos em Português, Matemática e, principalmente, em Cidadania.

Da infância sofrida ao socorro de muitos: ex-gari já tirou 7,5 mil crianças da rua e lhes deu oportunidades

Foi varrendo as ruas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que Rozeli da Silva teve a certeza do que tinha que fazer. Ela limpava o Centro da cidade a noite e via criaças debaixo da ponte pedindo comida. A cena levava a gari de volta à própria infância, um tempo marcado pela criminalidade e pela falta de perspectiva. Aos 11 anos, ela entrou em um relacionamento abusivo, viveu sob cárcere privado e foi mãe pela primeira vez aos 12. Depois de anos de luta, no entanto, pôs em prática o que chama de missão de vida: evitar que outras crianças sigam pelo mesmo caminho.

Avó de 63 anos e neto de 7 aprendem juntos a ler e escrever durante a pandemia

Em abril deste ano, a catarinense Marlene Hinckel estava ansiosa para tomar a primeira dose da vacina contra a Covid-19. O motivo era bem específico: retomar as aulas do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Municipal Batista Pereira, em Florianópolis. Aos 63 anos, ela estava aprendendo a ler e escrever quando veio a pandemia. Isolada em casa, ela foi ficando triste, até que a filha decidiu deixar o emprego para ficar mais perto da mãe. Nas visitas, levava o Eduardo, neto da Marlene, que estava sendo alfabetizado.

Perfume volta a ser fabricado especialmente para que mãe se lembre do filho vítima da Covid-19

Wanda Mendes Terra, de 78 anos, perdeu o filho Alexandre, no início de 2020. Ele foi vítima de complicações em decorrência da Covid-19 e, para a tristeza da mãe, o frasco do perfume que ela usava e era o preferido do filho, já estava quase vazio. A fragrância, lançada em 1984, tinha saído de linha e já não era mais fabricada. Certo dia a cunhada de Alexandre encontrou Wanda agarrada ao último vidro do Annete, produzido por O Boticário. Ao ver a cena, ela decidiu procurar a marca e a resposta foi surpreendente.

Guarda civil acolhe moradores de rua de São Paulo e reintegra-os às suas famílias

Enquanto caminha pelo centro de São Paulo, o guarda civil metropolitano Marcos Antonio de Moraes busca algo bem diferente dos outros profissionais fardados que atuam ali. “Presto atenção nos olhos de cada morador de rua que encontro e percebo quem está gritando por socorro através do olhar”, afirma o paulista de 57 anos, que recolhe essas pessoas, promove o reencontro delas com a família e as ajuda em sua reinserção na sociedade. “Já são quase 300 casos atendidos”.

Ela nasceu surda e hoje, aos 8 anos, é bailarina e ensina Libras a outras crianças

Limitação é uma palavra desconhecida para a pequena Nicole Lemos, de 8 anos. Ela estuda, enfrentou todos os desafios das aulas à distância na pandemia, é modelo, criadora de conteúdo digital, se arrisca na capoeira e é bolsista de uma escola de balé, em Fortaleza, no Ceará. Aos 2 anos de idade a família descobriu que ela era surda. E isso nunca foi um problema.

Abandonada pela família, sobrevivente de Covid-19 ganha novo motivo para sorrir

Ficar internado em decorrência da Covid-19 é uma batalha que ninguém quer enfrentar. Só que para a Alessandra Nunes Gonçalves Gomes, de 42 anos, esse pesadelo foi o início de uma linda história. Em novembro de 2020, depois de testar positivo para o coronavírus, a moradora de Macaé (RJ) precisou ficar internada. Foi lá que ela conheceu a Yamila, uma mulher de 31 anos, diabética, que ficou cega dois anos antes por complicações da doença e ainda fazia hemodiálise. Ela havia sido abandonada pela família no hospital e foi a amizade com a Alessandra que mudou completamente a vida de Yamila: ela ganhou um novo lar.

Faxineira ensina amiga do trabalho a ler e ganha bolsa para cursar Pedagogia

Mãe de quatro filhos, a paulista Edvania de Oliveira sempre ajudou seus pequenos nas tarefas escolares e até ensinou um deles a ler. “Fui mostrando as famílias silábicas, juntando as palavrinhas e deu certo”, conta a faxineira de 39 anos, que sonhava desde criança em se tornar professora, mas nunca teve oportunidade de estudar Pedagogia. “Até agora, quando decidi ensinar uma amiga do trabalho durante nossa hora de almoço, e tudo mudou para nós duas”, comemora.

Para não abortar filha, mãe decide amputar perna após diagnóstico de câncer

A vida da jovem britânica Kathleen Osborne, de 28 anos, assim como a de toda mãe, já era repleta de pequenos sacrifícios diários. Mas no ano passado, uma situação inesperada lhe exigiu um passo ainda maior e, para salvar sua filha, ela não só aceitou como também o fez com alegria. Grávida da terceira filha e diagnosticada com câncer pela terceira vez, Kathleen precisou decidir entre abortar sua bebê para poder começar a quimioterapia ou amputar a perna. 

Noiva viaja 1,3 mil km para que sua “primeira dança” fosse com o avô de 94 anos

Quando a norte-americana Natalie Browning, de 24 anos, anunciou que se casaria, seu avô, Nelson May, de 94 anos, ficou animado com a chance de dançar com sua neta em um dia tão especial. Natalie mora no estado da Virgínia e Nelson, na Flórida. E apesar da idade avançada dele, a princípio, tudo estava certo para que os dois pudessem estar juntos na data marcada por ela. Acontece que duas semanas antes do grande dia, Nelson sofreu um derrame e já não poderia mais viajar ao encontro da neta amada.

Redescobrindo o propósito: após amputar braço, pintor cultiva horta para compartilhar com vizinhos

Paulo Cubo, de 53 anos, é morador de Americana, no interior do estado de São Paulo. Ele sempre teve pedaços de papelão em casa, que utilizava no trabalho com pintor, para forrar pisos e superfícies. Em janeiro de 2020, na busca pelos guardados em meio a pedaços de madeira, ele levou uma picada de aranha-marrom e precisou de cuidados médicos. O caso só foi piorando, ele acabou usando aparelhos para respirar e chegou a ser praticamente desenganado pela equipe médica. A amputação do braço direito foi a solução que salvou a vida de Paulo. Meses depois, quando voltou para casa, se deu conta de que a profissão, exercida por mais de 40 anos, já não poderia mais ocupar o tempo dele. E aí que veio um grande perigo: a depressão. Mas há poucos meses ele passou a se dedicar a uma horta e isso mudou não só a vida de Paulo, mas de sua comunidade também.

Em 20 anos, projeto criado por arquiteta já beneficiou 200 mil crianças reformando creches e abrigos

A arquiteta pernambucana Patricia Chalaça, de 51 anos, criou, junto com seu marido, o também arquiteto Marcelo Souza Leão, o Projeto Casa da Criança. O objetivo é defender os direitos das crianças e adolescentes melhorando a qualidade de atendimento em abrigos, creches, espaços para adolescentes, instituições de apoio às pessoas com deficiência e casas de atendimento às crianças com câncer. Na prática, o trabalho se dá por meio de reformas nessas instituições ou da construção de espaços novos. Hoje, a iniciativa conta com a atuação de arquitetos, decoradores, construtores e empresas do ramo de construção de 16 estados do país e, ao todo, mais de 200 mil crianças já foram beneficiadas.

Vizinhos se unem e dão mil dólares a entregador, por seu trabalho árduo durante a pandemia

Chad Turns, motorista de uma empresa de entregas de encomendas foi às lágrimas depois que os clientes que ele costuma atender há uma década em Dauphin, no estado norte-americado da Pensilvânia, demonstraram sua gratidão pelo trabalho que ele tem desempenhado, de uma forma especial. A ideia nasceu depois de os moradores perceberem o quanto ele se empenhou a mais, durante a pandemia, para atendê-los bem, já que as compras online aumentaram consideravelmente.

Professor que morava em carro nos EUA recebe ajuda de 27 mil dólares de presente de ex-alunos

Jose Villarruel viveu os últimos oito anos em um carro, enquanto trabalhava como professor substituto em uma escola do sul do estado norte-americano da Califórnia, para ajudar a sustentar sua família, incluindo sua esposa doente, que vivem no México. Quando a pandemia começou e as aulas passaram para o ensino à distância, a necessidade de professores substitutos foi embora. Jose ficou então desempregado e manteve seu sustento com a ajuda do seguro social e passou a morar em um carro.

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