"Estou feliz por ter decidido perder minha perna porque ela me deu minha filha", afirmou a britânica Kathleen Osborne, de 28 anos.
“Estou feliz por ter decidido perder minha perna porque ela me deu minha filha”, afirmou a britânica Kathleen Osborne, de 28 anos.| Foto: Reprodução Facebook/Gistaroundyou

A vida da jovem britânica Kathleen Osborne, de 28 anos, assim como a de toda mãe, já era repleta de pequenos sacrifícios diários. Mas no ano passado, uma situação inesperada lhe exigiu um passo ainda maior e, para salvar sua filha, ela não só aceitou como também o fez com alegria.  

Grávida da terceira filha e diagnosticada com câncer pela terceira vez, Kathleen precisou decidir entre abortar sua bebê para poder começar a quimioterapia ou amputar a perna. "Estou feliz por ter decidido perder minha perna porque ela me deu minha filha", disse a mãe em entrevista ao portal de notícias britânico Metro.   

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Kathleen, que mora em Wisbech na Inglaterra, não sabia que estava grávida de quatro meses até fazer uma ressonância magnética em novembro do ano passado, após perceber um caroço na perna direita. Em entrevista ao DailyMail, ela comenta: "Foi realmente assustador porque eu imediatamente pensei que iria perder meu bebê. Eu tinha acabado de descobrir sobre ela e então pensei que iria perdê-la". 

Em seguida, os médicos deram a ela uma semana para decidir entre interromper a gravidez para iniciar o tratamento ou fazer a cirurgia de amputação. "Eu disse aos médicos, no dia seguinte, para agendar e apenas fazer. Não fazia sentido eu ter muito tempo para pensar sobre isso porque me assustaria ainda mais", comenta. "Eu provavelmente iria perder minha perna de qualquer maneira, então poderia muito bem perdê-la agora e ficar com minha bebê".

"Feliz por ter feito isso"  

A cirurgia aconteceu no dia 17 de novembro e, em março deste ano, nasceu a pequena Aida-May, oito semanas antes do previsto, mas bem e saudável. Kathleen já era mãe de Hayden, de 9 anos, e de Leo, de 5. Segundo ela, os meninos sempre quiseram uma irmã. "Eu também sempre quis uma menina depois de ter meus dois meninos primeiro e agora ela está aqui, então estou feliz por ter feito isso".   

Para contar aos filhos sobre a amputação, a mãe preferiu usar do bom-humor e, assim, evitar que os dois ficassem preocupados. "Eles adoram Transformers, então eu disse que tinha algo ruim na minha perna e que os médicos precisavam removê-lo, mas que os Transformers iriam me fazer uma perna nova", lembra. "Eles ficavam tipo 'sério?! Isso é muito legal!' e então eles adoraram".

Longa batalha 

Kathleen vive uma batalha contra a doença desde 2005, quando tinha apenas 11 anos e foi diagnosticada com um osteossarcoma, após investigar um doloroso caroço em sua perna direita. A jovem passou por uma cirurgia, fez quimioterapia e ficou livre do câncer por 11 anos. Até que, logo após o nascimento de seu segundo filho em 2016, descobriu que o câncer havia retornado, desta vez nos pulmões.  

"Cerca de três ou quatro meses depois que eu tive meu segundo filho [Leo], eu sentia dores nas laterais do corpo e não conseguia me mover, estava curvada de dor", recorda a mãe. Os médicos encontraram uma grande massa nos pulmões de Kathleen, mas felizmente, após quimioterapia e uma nova cirurgia, ela foi liberada em março de 2017.

Então, em novembro de 2020, a notícia da volta do câncer chegou junto com a notícia da terceira gravidez. A cirurgia de amputação removeu o câncer ósseo, no entanto, cerca de oito semanas antes da data prevista para o nascimento de Aida-May, os médicos fizeram uma nova ressonância magnética e descobriram que o câncer nos pulmões havia retornado.  

"Eles só me deram dois dias para me preparar para dar à luz a ela, pensei que tinha oito semanas e de repente tive apenas dois dias, o que foi assustador", conta Kathleen. De acordo com os médicos, desta vez o câncer é inoperável e terminal. Agora, o esforço da corajosa mãe é para aproveitar o tempo que lhe resta para criar memórias com seus três filhos.  

"Esse é o meu único foco agora, fazer memórias com meus filhos. São apenas eles, eu realmente não me importo mais com meus sonhos. Não sei quanto tempo me resta, podem ser anos, podem ser apenas meses"

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