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Nos Estados Unidos existem pelo menos 100 centros que promovem a interação entre crianças e idosos. Algumas dessas instituições são mistas – recebem os dois públicos – mas em outras, os avôs e avós são visitados apenas eventualmente pelos pequenos. Esse tipo de iniciativa pode comprovadamente trazer diversos benefícios aos dois grupos, de acordo com um estudo promovido pela Generations United, em parceria com Eisner Foundation, uma empresa especializada na promoção de programas intergeracionais.

O resultado da pesquisa mostrou que, para a maioria das pessoas consultadas, as atividades conjuntas de crianças e idosos podem ajudar a reduzir o sentimento de solidão dos mais velhos e contribuir sobremaneira com a educação das crianças. Além dos Estados Unidos, países como Inglaterra e Holanda também já viram os benefícios desse espaço de convivência.

Como a relação com os avós é importante

A importância desse vínculo geracional também foi mostrada por outro estudo realizado pela Universidade de Stanford. De acordo com a coordenadora do projeto, Laura Carstensen,  entre as competências que a interação das crianças com adultos mais velhos pode desenvolver estão o pensamento crítico, a resolução de problemas, a conexão social e a aprendizagem para estabelecer objetivos. “Todos são fundamentais para ter sucesso na escola e no trabalho e encorajam as pessoas a contribuir significativamente para a sociedade”, assegurou.

Laura explicou, ainda, que essa interação contribui para o bem-estar dos jovens e também pode ajudá-los a desenvolver habilidades necessárias para o seu desenvolvimento, cultivar sua própria autoestima e a sensação de ter um propósito na vida. Além disso, foi constatado que crianças que participam de programas intergeracionais apresentam habilidades motoras e cognitivas mais acentuadas do que aquelas que se afastaram.

Como os idosos viveram tantos conflitos durante a vida, eles podem ajudar os mais jovens a resolverem disputas e buscar o bem maior, ou seja, os avós sempre terão algo a ensinar aos mais novos. Conviver com eles é muito saudável para o desenvolvimento infantil. Segundo Laura, o estudo mostra que há um  aumento considerável de benefícios para aquelas crianças que, além do apoio de seus pais, têm contado em sua educação com a de pessoas mais velhas.

“Os idosos, por outro lado, quando estacionam suas enfermidades e se sentam com as crianças para brincar ou ensinar, com infinita paciência, esta ou aquela habilidade, eles veem seu sentimento de solidão diminuir e experimentar níveis mais baixos de ansiedade e melhorias em sua saúde”, contou.

O valor do cabelo grisalho

Os avós podem oferecer toda sabedoria adquirida durante a vida às crianças, além de transmitirem valores significativos com histórias marcantes e transformadoras. A percepção de que eles são somente ‘consumidores de recursos’, por não mais contribuírem com sua força de trabalho, é apenas isso: uma percepção. A realidade é que eles próprios constituem um ‘recurso’ que deve ser aproveitado por qualquer sociedade. Conforme Laura explica, está provado que, quando a idade, a sabedoria, a experiência de vida e a estabilidade emocional aumentam, tudo isso pode ser transmitido aos mais jovens de maneira significativa.

10 dicas para adolescentes e jovens conviverem bem com seus avós

O trabalho de pesquisa organizado por ela revelou que o processo de envelhecimento do indivíduo traz consigo um desenvolvimento da capacidade de reconhecer limitações e, consequentemente, aprender a se adaptar a elas para avançar e usar suas habilidades na dependência dos desafios que são apresentados. Se essa adaptação ajuda a superar as dificuldades, a pessoa aumenta seu senso de resiliência e sua sensação de bem-estar. E uma criança que receba essas experiências em primeira mão terá razoavelmente uma vantagem de habilidades em relação a outras de sua idade.

Da mesma forma, os amáveis ‘velhinhos’ podem ajudar as crianças a se concentrarem nas coisas realmente importantes. A convicção dos idosos de que o tempo é finito impele-os a dedicar seus esforços ao que realmente pode compensar positivamente no nível emocional e a pesar com maior serenidade os prós e contras de tomar decisões sábias, sem distrações.

Por fim, tendo resolvido tantos conflitos em uma longa vida e desenvolvido uma maior tendência a perdoar, os anciãos podem ajudar os mais jovens a resolver disputas e buscar o bem maior. Eles são “excelentes candidatos para servir como facilitadores para os diferentes membros de um grupo, para que possam ver a imagem de uma perspectiva mais ampla”, diz Carstensen.

 

Com informações de Aceprensa.com

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