Bigstock
Bigstock| Foto:

Uma família muçulmana manteve escondido durante três anos dois manuscritos antigos cristãos em Mossul, no Iraque, durante a ocupação da cidade pelo Estado Islâmico, a fim de evitar que fossem destruídos pelos fundamentalistas.

Com a libertação da cidade, a família confiou os manuscritos a um representante da comunidade caldeia, mas pediu para manter sua identidade em sigilo, afirmando que ainda há “células adormecidas” na cidade, prontas para exigir vingança.

Agora, os manuscritos estão com o padre Paulos Thabit Mekko, que vive em Arbil, a 80 quilômetros de Mossul. Eles chegaram ao religioso através de um amigo cristão da família muçulmana, que havia se refugiado em Arbil para escapar do Estado Islâmico. Mekko conta que o homem da família estava com um parente perto do mosteiro caldeu de São Miguel em um dia de 2015 quando viu um caminhão despejar entulho na área.

Igrejas da Europa crescem com conversões de refugiados muçulmanos

“Ele estava ali procurando lenha para cozinhar e esquentar a casa. Em meio aos entulhos, encontrou dois manuscritos em siríaco antigo e imaginou que eles devessem ter algum valor”, conta o padre à Asia News. Ele decidiu levá-los consigo e escondê-los em casa. “Ele estava apavorado, porque sabia que poderia ser morto se fosse descoberto”.

Depois da libertação de Mossul, o muçulmano decidiu visitar seu amigo cristão em Arbil. “Ele contou que tinha alguns manuscritos cristãos antigos em casa e perguntou se ele conhecia um padre ou alguém confiável que poderia recebê-los sem tentar ganhar dinheiro com eles”, relata Mekko.

O padre viajou até Mossul para receber os manuscritos, que contém o ofício da manhã e o das vésperas no rito siríaco antioqueno. Mekko supõe que eles tenham sido roubados da Igreja Ortodoxa Siríaca da Imaculada, que foi completamente reduzida a ruínas pelo Estado Islâmico.

“Ao se despedir, o muçulmano quis me deixar uma mensagem: nem todos os muçulmanos estão com o Estado Islâmico. Muitos consideram os cristãos como seus irmãos e estão dispostos a pôr a vida em risco para salvar um texto cristão”, lembra o padre.

 

Com informações de AsiaNews.

 

*****

Recomendamos também:

***

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter.

Deixe sua opinião