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Angélica Favretto e Lorena Maria Lafraia

Alguns sonhos não são tão difíceis assim de serem realizados. Basta uma boa dose de proatividade e solidariedade. Foi assim que um dos maiores desejos de 26 crianças de uma escola rural na Guatemala se tornou realidade. Como presente de Dia das Crianças – comemorado em seu país no dia 1º de outubro – o professor da escola levou seus alunos para assistissem, pela primeira vez, a um filme no cinema.

“Foi uma experiência única. Não há eletricidade na comunidade, então as crianças não têm nem tevê em casa”, contou ao Sempre Família o professor Edwin Linares, de 36 anos, que para tornar possível esse sonho de seus alunos, pediu apoio financeiro através de uma publicação no Facebook:

“Em 2 de outubro, queremos oferecer aos meus alunos uma experiência única com o apoio de um grupo de pessoas. Se você deseja colaborar, pode patrocinar com 20,00 quetzales (valor equivalente a R$ 10,55) para pagar a entrada para o cinema ou o bilhete de ida e volta. Eles não têm TV, não podem assistir filmes. Você pode imaginar como eles ficariam felizes se tivessem a oportunidade de ver um em uma tela gigante? Se alguém quiser colaborar, pode me escrever via caixa de entrada. Agradecemos antecipadamente!”.

Professor carrega nas costas aluna com doença rara durante passeio da escola e emociona mãe

Depois da publicação, o professor da Escola Mista Rural da Vila de Tacón Arriba, que fica na cidade de Chiquimula, Guatemala, conseguiu mais dinheiro do que o esperado. O valor foi suficiente não só para pagar as entradas das crianças no cinema, mas também para custear o transporte dos alunos em veículos especiais e, ainda, fazer paradas durante a viagem para que os estudantes pudessem conhecer lugares turísticos que nunca haviam visitado.

Ao final do passeio, o professor ainda levou as crianças para outra experiência inédita para elas: comer em um restaurante. “As crianças tiveram um dia inesquecível. Elas não queriam voltar para casa. Estavam felizes, e aí tiveram que voltar à sua realidade”, lembra Linares que, antes da ida ao cinema, colocava filmes no próprio celular durante o recreio para as crianças assistirem.

“Eles não prestam atenção em nós”

Facebook/Edwin Linares Facebook/Edwin Linares

Segundo o guatemalteca, a escola sobrevive com muitas dificuldades. Ele é o único professor e dá aulas para alunos de todas as séries. “Os pais dos alunos são agricultores e, agora, eles me ajudam na escola”, conta o professor. “Esses pais fazem isso de graça, entregam seu trabalho porque querem ver sua comunidade melhor”.

A escola não recebe nenhuma ajuda do governo e, mesmo sem receber um salário digno, Linares tem feito o possível pela educação dessas crianças. “O governo não paga nada, nós tentamos, mas não é possível, eles não prestam atenção em nós”, conta o professor. “Eu mesmo, tenho uma outra renda vendendo frutas e outras coisas”. Para ir à escola, os alunos, que têm entre seis e 14 anos, chegam a acordar às quatro horas da manhã e andar durante quatro horas em estradas de terra.

Depois da repercussão de sua iniciativa, Linares tem recebido mensagens de admiração e incentivo de vários lugares do mundo. “Apesar de todas as dificuldades, sou muito feliz por ter meus alunos”.

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