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Se houve um tempo em que cuidar da casa e de tudo mais que diz respeito à educação dos filhos era exclusividade da mulher, hoje muitas crianças já têm convivido com os pais lavando a louça, fazendo o jantar e indo à reunião da escola. Isso mostra que o grau de envolvimento dos homens com o lar está evoluindo ao longo dos anos – o que, segundo especialistas ouvidos pelo Sempre Família, é benéfico para todos.

A educadora parental Ana Paula Franz explica que quando há equilíbrio na relação (com igual participação entre homens e mulheres) é bom para o pai – que se sente valorizado e empoderado ao exercer o papel de forma plena –,  para a mãe – que tem alguém que a entende e ajuda a dividir as responsabilidades – e para a criança, que cresce mais forte emocionalmente e feliz.

“O homem tem a responsabilidade de mostrar ao filho sua identidade enquanto pai”

Segundo a especialista, a consolidação feminina no mercado de trabalho foi fator determinante para essa virada de página. “Hoje é comum ver mulheres assumindo o papel de liderança dentro de casa, inclusive na questão financeira. Assim, o pai tem se envolvido cada vez mais com os filhos de diferentes formas”, explica ela. “Ele dá conta dos cuidados básicos, estabelece limites, estimula o desenvolvimento das crianças, ajuda no controle e entendimento das emoções e nas relações com os outros”.

Para Ana Paula, não é que as mulheres estejam “tirando o time de campo”, mas, sim, que esse protagonismo dos homens dentro de casa tem construído relações mais saudáveis entre os casais e mais sólidas com as crianças. “Não nos cabe julgar o que é certo ou errado, mas nos atentar que aquele pai que antes tinha uma atuação mais tímida e distante dos filhos hoje passa a ter que se destacar e assumir, de fato, esse papel de presença e educação”, afirma.

Companheiro, presente ou ocasional? Saiba que tipo de pai você é

Essa maior participação dos homens na rotina dos filhos também é percebida em números. Uma pesquisa feita pela empresa de recrutamento e seleção Catho, divulgada neste mês de agosto, mostra que 22% dos 1,6 mil pais ouvidos já largaram o emprego, alguma vez na vida, para cuidar dos filhos. O mesmo levantamento revela que 97% dos homens entrevistados gostariam de passar mais tempo com a esposa e com os filhos.

Também, dentre as atividades da rotina com os filhos que mais fazem falta para esses pais estão os passeios em família (32%), a presença nos momentos mais importantes, como as primeiras palavras e passos (30%),  a maior participação na educação das crianças (20%) e ter mais tempo livre para brincar com elas (14%).

Papel fundamental 

Estudos da Associação Americana de Psicologia mostram que a presença do pai é indispensável para a formação de um indivíduo seguro e com capacidade de enfrentar situações desafiadoras. “O homem tem a responsabilidade de mostrar ao filho sua identidade enquanto pai”, reforça Jocely Burda, psicóloga da Faculdade Estácio de Sá, em Curitiba. “Ao mesmo tempo que passa a imagem de segurança e autoridade dentro de casa, ele precisa ajudar a criança a se desenvolver da melhor forma possível”, pontua.

A importância do pai na vida dos filhos

A ausência do pai traz consequências para o equilíbrio emocional e maturidade das crianças, de acordo com a especialista. O filho precisa ter referências de responsabilidade e afetividade para trilhar um caminho de amadurecimento saudável. “Futuramente ele poderá construir uma família e também poderá ser pai. Por isso, é extremamente importante se identificar com o modelo masculino”, sustenta a Jocely, que reforça que, no caso da perda do pai, a presença masculina pode ser suprida pelo avô ou um tio mais próximo.

 

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