Competividade demais é um agravo na personalidade de pessoas que têm baixa autoestima e a necessidade de autoafirmação demonstra insegurança.
Competividade demais é um agravo na personalidade de pessoas que têm baixa autoestima e a necessidade de autoafirmação demonstra insegurança.| Foto: Bigstock

No mundo corporativo são comuns os relatos de colegas de trabalho que competem entre si para alcançar uma promoção, melhores salários e até o prestígio do chefe. Só que muitas vezes isso pode acontecer dentro de casa, entre duas pessoas que deveriam se apoiar e não disputar para saber quem é o mais bem sucedido. Quando esse comportamento supera o sentimento de orgulho pelas conquistas do outro, a relação pode estar em risco.

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Meillyn Lemos, psicóloga e consultora motivacional feminina, explica que competividade demais é um agravo na personalidade de pessoas que têm baixa autoestima. A necessidade de autoafirmação demonstra insegurança. “Quem está sempre competindo precisa se autoafirmar para se sentir bem”, esclarece ela. E dentro da relação afetiva esse tipo de comportamento pode ser perigoso.

Foi exatamente isso que levou Natasha Ribas a terminar um relacionamento. A advogada conta que o então companheiro trabalhava no mesmo escritório que ela e, em vez de ficar feliz pela promoção que ela havia recebido, passou a menosprezar o trabalho dela. “Acho que o que ele sentiu foi inveja. E quando percebi, aquela relação não fazia mais sentido pra mim”, revela a advogada.

Quem manda mais

“Há homens que não aceitam que a mulher ganhe mais”, ressalta Meillyn. E quando isso ocorre, completa a psicóloga, é comum que queiram dominar a relação para se sentirem, ainda, em uma posição de poder. Ela alerta para a importância de saber se posicionar e de não abrir mão da carreira em nome de um capricho do parceiro ou parceira.

Diálogo e terapia

Em muitos casos o sucesso do outro não é o problema principal, mas desencadeia uma série de comportamentos que vão minando a relação. “Começa a ter um padrão hostil. Não existe mais o elogio e começa a vir a crítica”, afirma Meillyn. A psicóloga destaca que conversar é o primeiro passo para começar a resolver essas questões. Até porque, segundo ela, o silêncio potencializa os desentendimentos.

E se sozinhos não é possível chegar nesse lugar de fala, a terapia pode ajudar. É possível trabalhar separadamente ou como um casal, a fim de permitir encontrar o que vem causando atrito. Ana Paula Faria e o marido passaram por uma psicóloga quando o casamento começou a dar sinais de que não ia bem. “Eu e ele trabalhávamos muito e parecia que sempre um queria ter uma rotina mais puxada que a do outro. No fim era uma fuga pra não ver os problemas que a gente tinha”, relata a publicitária.

Menos trabalho e mais diversão

Em poucos meses o casal decidiu diminuir o ritmo e percebeu que poderia fazer outras coisas juntos para aliviar a tensão do trabalho. “Investir nos nossos momentos de lazer foi a melhor solução”, revela Ana Paula.

Meillyn aconselha que o assunto trabalho não seja uma constante na rotina doméstica e, quando surgir, que se estipule um tempo determinado para não prejudicar os momentos com o companheiro.

Sucesso em dose dupla

Focar nas qualidades da outra pessoa e treinar o olhar para enxergar o que causa admiração são exercícios interessantes para esquecer a competitividade. Autoconhecimento também auxilia a construir uma personalidade mais segura. “É fantástico quando o casal percebe que é possível crescer junto se existe afeto e amor”, conclui Meillyn.

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