Foi-se o tempo em que apenas os muito ricos investiam, ao passo que a maioria se limitava, no máximo, a utilizar a poupança.
Foi-se o tempo em que apenas os muito ricos investiam, ao passo que a maioria se limitava, no máximo, a utilizar a poupança.| Foto: Bigstock

O avanço das tecnologias e facilidades da internet possibilitaram que cada vez mais pessoas se aventurem a fazer investimentos financeiros. Foi-se o tempo em que apenas os muito ricos podiam ser investidores ao passo que a maioria se limitava, no máximo, a utilizar a poupança. Só que com a modernidade, sofisticaram-se, também, os golpes. O Sempre Família ouviu especialistas que deram dicas de como não ser enganado por propostas tentadoras.

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A mudança com a família para o Canadá quase foi cancelada depois do susto. O casal de administradores Amanda e Felipe Mendonça tinha decidido sair do país e vários amigos estavam trocando dólares com um conhecido que dizia ser dono de uma casa de câmbio. Eles resolveram arriscar e quase perderam todo o valor investido. Por sorte, recuperaram a maior parte do dinheiro e conseguiram embarcar. “Nós demos muita sorte, mas muitos amigos ficaram a ver navios. O cara sumiu e muita gente ficou no prejuízo”, contam.

A funcionária pública Simone Maria Ribas também foi vítima de um grupo que prometia uma boa margem de lucro a servidores que faziam empréstimo consignado. Só que no caso dela, a empresa fechou as portas antes que ela recebesse o valor contratado. Ficaram as parcelas descontadas todo mês do salário. “Eu jurava que era sério. Já tinha feito uma vez e recebi um valor interessante. Nunca imaginei que teria um prejuízo como esse”, desabafa.

Muito dinheiro em pouco tempo é bem suspeito

Mayra Lima, especialista em investimentos da corretora Guide Investimentos, explica que ofertas muito fáceis, com ganho garantido, sem risco algum, não costumam ser uma boa ideia. “A gente tem duas formas de ganhar dinheiro: ou a gente abre mão de tempo ou de segurança. Das duas coisas, não dá”, ensina. Para ela o problema é que hoje é tão fácil contratar os serviços e abrir contas que as pessoas acabam se arriscando.

Pesquise o histórico da empresa

“É tão fácil transferir dinheiro, hoje em dia, que a pessoa age por impulso”, alerta. Por isso a dica da especialista é sempre manter a calma e pesquisar. Os canais oficiais são os mais indicados para isso, como as páginas da Comissão de Valores Mobiliários, de instituições credenciadas na Bolsa e até do próprio Tesouro Direto.

Fuja das pirâmides

As pirâmides financeiras, apesar de tipificadas como crime, são muito comuns. Promessas de rentabilidade alta mas que exigem a indicação de novas pessoas para manter a margem de lucro são as principais características. “Um ponto clássico é entrar com um valor financeiro e quanto mais você indica pessoas, mais você ganha. Só que pirâmide financeira não se sustenta. Em algum momento vai quebrar”, orienta Mayra.

Cuidado com armadilhas

Os golpistas também costumam ser convincentes, como afirma Rodolfo Coelho Prates, economista e professor do curso de Ciências Econômicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). “A pessoa coloca mil reais num mês e recebe 1,2 mil. Aí acha que dá certo e coloca 10 mil. O retorno é de 12 mil. Qualquer um fica deslumbrado. Só que na verdade é uma armadilha”, destaca ele.

Diversifique

Outra orientação do professor é não apostar em um único investimento. “Em uma carteira você tem uma postura mais conversadora e recebe menos por isso. Em outra você adota um comportamento mais agressivo e recebe um pouco mais”, instrui. Ele também reitera a importância de deixar uma reserva financeira em uma aplicação com bastante liquidez para ser utilizada de imediato se algo der errado.

Estude sobre investimentos

Por fim, mesmo que o gerente do banco ou alguém de muita confiança seja responsável por orientar e cuidar dos investimentos, estudar o assunto é fundamental. “Para não entregar o dinheiro na mão de uma pessoa sem discutir estratégias de investimento e não ficar dependente dessa pessoa”, conclui Rodolfo.

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