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Você vive reclamando, tem dificuldade para manter amizades duradouras e já percebeu que colegas de trabalho e parentes têm evitado sua companhia? Fique atento, porque você pode estar se tornando uma pessoa tóxica e precisará corrigir algumas atitudes para melhorar sua saúde emocional e não prejudicar quem o rodeia. “Vivemos em um momento marcado por instabilidades emocionais e excessos, então indivíduos assim estão cada vez mais presentes em relacionamentos amorosos, ambientes de trabalho e na família”, afirma a psicanalista Juliane Kravetz.

O problema, segundo ela, é que muitas pessoas que afetam o outro negativamente com atitudes arrogantes, inveja, críticas destrutivas e demonstrações de superioridade não enxergam essas ações em si mesmas e acreditam que nunca são responsáveis pelos problemas que a cercam ou pelo clima “pesado” no relacionamento. “Acham que a culpa de suas decepções e problemas está sempre nas outras pessoas e não veem a destruição que causam em quem convive com elas”, afirma a especialista em saúde mental.

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Além disso, a ideia de que sempre estão certas faz com que não procurem tratamento psicológico para corrigir suas falhas. “Consequentemente, não conseguem se ajudar”, explica Juliane, que orienta o combate à “toxicidade” antes que isso se torne algo crônico, ou seja, “antes que o sujeito imagine que só ele tem razão e que mais ninguém tem capacidade de auxiliá-lo”.

No entanto, é importante entender que não é qualquer alteração exagerada diante de fato estressante ou discórdia pontual que o colocará na “fila” para se tornar alguém tóxico, venenoso ou nocivo. De acordo com o psicólogo Pedro Braga Carneiro, é comum acontecerem divergências, insatisfações e até conflitos em algum momento, pois as pessoas estão em constante mudança e “buscam ajustar anseios, expectativas, sua forma de ver o mundo e as limitações do outro”, explica. “E nesse exercício constante aparecerão descompassos e necessidade de ajustes, o que é normal nas relações humanas”, completa o membro do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR).

Por isso, assim que alguma atitude prejudicar seu relacionamento, é necessário avaliar o que aconteceu, identificar quais eram suas expectativas naquele momento, pedir perdão e entender se foi um fato isolado, ou não. “Ao perceber esses aspectos, será possível estabelecer relações mais saudáveis”, garante o especialista, que aponta o respeito como fator essencial para isso. “Precisamos entender que as pessoas são únicas e diferentes, sem nos prender a essas diferenças”.

“Acham que a culpa de suas decepções e problemas está sempre nas outras pessoas e não veem a destruição que causam em quem convive com elas”.

Mas, se mesmo assim for difícil manter amizades, o bom contato com colegas de trabalho ou a harmonia dentro de casa, será necessário avaliar o motivo desses problemas, localizar as atitudes que têm prejudicado esse convívio e buscar ajuda profissional. “O processo terapêutico fará o sujeito conhecer seus próprios limites, respeitar limites alheios e mudar o que não o agrada”, afirma Carneiro. Além disso, “será mais fácil corrigir o que for necessário, porque essa pessoa ainda aceitará a opinião do outro e perceberá a necessidade de mudança”, acrescenta Juliane.

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Já nos casos em que o sujeito não quer mudar, a orientação é que as pessoas ao seu redor se afastem para, dessa forma, evitar doenças emocionais e mostrar ao indivíduo que algo está errado. “Principalmente nos casos de amizade e relacionamentos amorosos, pois relações tóxicas não dão certo, e alguém sempre sairá ferido ou doente”, alerta a especialista.

No entanto, se o convívio for no ambiente de trabalho e não houver possibilidade de se distanciar do colega, a orientação é estabelecer limites para evitar que as ações dele lhe causem ansiedade ou estresse. “Coloque uma barreira afetiva. Assim, a pessoa não afetará seu desempenho profissional”.

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