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Há dez anos, a rede de televisão norte-americana NBC exibiu o programa To Catch a Predator, em que tratava de um grave problema: inúmeros homens que abordavam crianças pela internet e marcavam encontros. Desde então, os relatos se multiplicaram: em 2012, a Universidade da Pensilvânia foi multada em 121 milhões de reais em decorrência da denúncia de abuso sexual sofrido por alunos durante 15 anos, perpetrado pelo auxiliar técnico do time de futebol americano da instituição. Corey Feldman, um conhecido ator mirim dos anos 1980 que fez filmes como Os Goonies, sinalizou que a pedofilia é o maior problema entre atores mirins. E não é segredo para ninguém os escândalos de abuso sexual infantil em instituições católicas – e a impunidade que reinou durante anos na Igreja a esse respeito.

Pai filma momento em que filho é levado por homem estranho na Avenida Paulista

Mas o abuso infantil não é um problema da Igreja Católica, das escolas ou de Hollywood. É, cada vez mais, uma epidemia que permeia cada centímetro da sociedade. Abusadores infantis estão em todos os lugares. Às vezes podem ser aqueles que sequestram crianças, mas em uma grande maioria dos casos esses agressores conhecem bem a criança e suas famílias. Se os pais querem proteger seus filhos é bom que entendam as táticas usadas por essas pessoas para escolherem as vítimas. Discutir esse assunto com as crianças é importante para que elas estejam preparadas a se defender. Talvez elas estejam sendo o alvo de um desses agressores neste momento.

Abaixo seguem-se seis táticas usadas por eles. Esse não é exatamente um passo a passo do processo. Algumas dessas atitudes podem ser tomadas ao mesmo tempo e com um número variado de vítimas. Abusadores infantis sabem que nem sempre terão sucesso com todas as crianças e então procuram preparar várias ao mesmo tempo para conseguir ao menos uma.

  1. Ter fácil acesso: a primeira coisa que um abusador precisa fazer é ter acesso a crianças. Talvez procurem por uma profissão ou até trabalho voluntário que envolva crianças. E eles não medem esforços: podem se oferecer como babás, cuidar de seus filhos quando você precisa fazer alguma tarefa rápida ou mesmo levar a criança para um passeio divertido. E aí você pensará: “Mas que pessoa legal!” Certamente nem todas as pessoas que têm esse tipo de atitude são abusadoras, mas é bom ficar atento.

O que fazer? É importante não ficar paranoico, mas também não é seguro acreditar que todas as pessoas são sempre boas, quando se trata do bem dos seus filhos. Por isso é bom prepará-los sempre para o pior, evitando ilusões. Observe com cuidado as pessoas que passam bastante tempo com seus filhos.

  1. Achar um alvo específico: em seguida o abusador vai provavelmente escolher uma criança em especial. Algumas delas se tornam vítimas fáceis: as que ficam mais isoladas ou que particularmente buscam por mais atenção, por exemplo.

O que fazer? Seja presente. Mostre ao seu filho que você está sempre por perto para o que ele precisar. E converse muito! Dê atenção, ouça o que têm a dizer, fique de olho nos problemas que ela esteja enfrentando e dê suporte. Se você não der apoio, alguém dará – mas, talvez, com outras intenções.

  1. Conseguir a confiança da criança: eles frequentemente darão presentes e doces à criança que escolheram como alvo. Em sua casa há coisas que atraem os pequenos. Eles se tornarão aquela pessoa com quem a criança sabe que pode contar quando estiverem com algum problema e darão sempre atenção.

O que fazer? Desconfie sempre de adultos que querem passar bastante tempo com o seu filho ou que desejam sempre lhe dar presentes e doces. Converse com seu filho sobre seu relacionamento com outros adultos e lembre-o do que é apropriado e do que não é.

  1. Ganhar a confiança da família: os pais são como uma porta de entrada que facilita a chegada até a criança. Por isso, quando querem ganhar a confiança dos pequenos, os abusadores também fazem um trabalho direto com a família. Eles tendem a ser pacientes e buscam ganhar a confiança de todos pelo tempo que for necessário até que alcancem seu objetivo.

O que fazer? Nunca baixe a guarda. Mantenha-se atento com todos aqueles que têm acesso ao seu filho. Em muitos casos em que aconteceu o abuso infantil, os pais disseram que não podiam acreditar que determinada pessoa pudesse ser a responsável por aquilo. “Ele era a última pessoa que achei que machucaria meu filho”, muitos dizem.

  1. Ultrapassar limites: quando o abusador já adquiriu um nível alto de confiança ele pode começar a querer tocar a criança de maneira diferente, ultrapassando gradualmente alguns limites. Talvez contem alguma piada com conteúdo inapropriado para a criança ou mostrem algum tipo de pornografia, para testar se já é hora de avançar. Eles podem passar de inocentes abraços e beijos para, eventualmente, tocar partes íntimas da criança e chegar até à nudez.

O que fazer? Converse com seus filhos sobre suas partes íntimas. Não há motivo para se ter vergonha dessas áreas, mas se são privadas, não devem ser tocadas por outras pessoas. Explique a eles que algumas partes do corpo podem ser tocadas só pelo pai e pela mãe quando houver algo errado, ou por um médico sempre na presença deles também.

  1. Conseguir o controle sob a criança: finalmente eles tentarão ter controle sob a criança. O abusador passará a fazer da criança sua cúmplice, pedindo que ela mantenha segredo de seus pais. Ele poderá usar alguns artifícios que deixem a criança com medo de ser exposta e poderá pressioná-la.

O que fazer? Instrua seus filhos a não guardarem segredos. Diga a eles que quando um adulto pedir segredo, eles devem contar imediatamente aos pais. Explique que isso deve acontecer mesmo quando o outro adulto disser que o segredo descoberto lhes trará problemas.

Com informações de iMom.

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