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Em março de 2016, quando o senado dos Estados Unidos avaliava dois projetos de lei sobre o aborto, uma das pessoas que depuseram junto à Comissão Jurídica da casa legislativa foi a médica Kathy Aultman – uma ex-abortista. “Percebi que o bebê era a vítima inocente em toda a situação, e que o fato de que era indesejado não poderia mais justificar que eu o matasse. Eu não poderia mais realizar abortos”, testemunhou ela.

“Como médicos e como sociedade, nos afastamos da ideia de que a vida é preciosa e nos aproximamos de atitudes utilitaristas que fizeram um estrago enorme no último século”, afirmou. Aultman contou sobre o período de sua residência médica, em que foi treinada para realizar abortos no primeiro e no segundo trimestres de gestação. Segundo ela, o treino a condicionou de tal maneira que ela não via diferença entre analisar os fetos abortados e os embriões de pintinhos que via na faculdade.

“Os procedimentos faziam com que o feto fosse esmigalhado e removido em pedaços. Depois de cada procedimento, eu tinha que examinar cuidadosamente as partes retiradas, para ver se estava tudo ali e me certificar de que nada tinha ficado, o que poderia causar infecção ou sangramento”, relatou a médica. “Eu ficava fascinada com os minúsculos, mas perfeitamente formados, intestinos, rins e outros órgãos. Adorava ver no microscópio seu incrível detalhamento celular”, disse.

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“Eu não era uma pessoa sem coração. Só fui treinada para compartimentalizar a emoção com que normalmente eu veria um bebê e o estrito interesse científico”, contou, dizendo que se emocionava quando atendia uma mãe com problemas na gravidez que desejava ter o bebê. “A diferença na minha cabeça era se o bebê era desejado ou não”, analisou Aultman.

Seu primeiro emprego foi em uma clínica para mulheres na Flórida, atuando na área de abortos. “Eu pensei que, mesmo que a necessidade de fazer abortos fosse algo a se lamentar, se tratava de um mal menor. Eu estava fazendo algo pelo bem-estar das mulheres. Eu também poderia ganhar muito mais dinheiro com abortos do que trabalhando numa sala de emergências”, reconheceu a médica.

“A única vez em que experimentei algum tipo de escrúpulo foi quando, cobrindo a unidade neonatal num rodízio, percebi que estava tentando salvar bebês que tinham a mesma idade que aqueles que eu abortava”, contou ela. “Mas eu sabia muito bem como empurrar esses sentimentos lá para o fundo da minha mente”.

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Mudança

Mesmo quando engravidou, Aultman não mudou seu posicionamento a respeito do aborto. Porém, no dia em que voltou a trabalhar após dar à luz, encontrou três casos que foram decisivos para que ela deixasse de lado a prática do aborto. O primeiro deles era uma garota, agendada para aquela manhã, que já tinha feito três abortos com Aultman.

“Quando reclamei isso com meus chefes, eles disseram que era direito dela escolher o aborto como método de controle de natalidade e que eu não tinha o direito de julgá-la ou de me recusar a realizar o procedimento”, contou a médica, que realizou, contrariada, o aborto e ainda ouviu a garota dizendo que não tinha vontade alguma de usar métodos contraceptivos.

No caso seguinte, a amiga da mulher que abortou perguntou a ela se ela queria ver o feto abortado. “Não! Só quero matá-lo!”, respondeu a mulher. A sua “hostilidade” e sua “falta de compaixão” diante do bebê tocaram fundo no interior de Aultman.

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O último caso era o de uma mãe de quatro filhos que, consternada, acreditava que ela e o marido não conseguiriam sustentar um quinto. “Ela chorou o tempo todo na clínica”, contou a médica. “Foi o fim da minha carreira no aborto. Eu finalmente fiz a conexão óbvia entre o feto e o bebê”.

Depois disso, as convicções de Aultman se aprofundaram à medida em que ela teve contato com mulheres que estavam ótimas depois de ter levado adiante gestações indesejadas e com outras que travavam lutas emocionais enormes depois de ter abortado. “Uma mulher que foi até Orlando fazer um aborto tardio não tinha se recuperado do horror de expelir seu bebê demais de 20 semanas, vivo, no sanitário. Sua agonia era ainda maior devido ao fato de que ela tinha tido um irmão que morreu, ainda bebê, de afogamento”, contou a médica.

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Outras pacientes de Aultman só começaram a sentir remorsos depois que se deram conta de que não poderiam ter mais filhos, seja devido a problemas de saúde ou à idade avançada. A própria Aultman, que também passou por um aborto, só começou a lamentar pelo filho abortado depois de dar à luz pela primeira vez.

No fim do seu depoimento, a médica fez alguns questionamentos. “É culpa da criança que ela seja indesejada? Ela deveria perder seus direitos simplesmente por essa razão? O governo não tem a responsabilidade de proteger esse bebê mesmo que os pais não queiram? E se um bebê nascer deficiente? Temos leis para proteger pessoas com deficiência. Vamos excluir os bebês, nossos cidadãos mais vulneráveis, dessa proteção? O problema é: até onde vamos? Onde uma sociedade civilizada traça a linha?

 

Com informações de Live Action News.

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