Arquivo pessoal| Foto:

Há um ano a catarinense Maiara Gomes, de 24 anos, tomou a importante decisão de doar o seu cabelo para uma instituição de apoio a pessoas com câncer. A atitude em si não é incomum, mas, sim, a maneira como ela propôs a doação: raspar a cabeça, entregando todos os fios que seriam cortados desde a raiz.

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A ideia de raspar a cabeça surgiu enquanto ela estava no cabeleireiro e percebeu a quantidade de cabelo que ficava pelo chão, em pequenas mechas. “Cada vez que eu ia cortar, ficavam pedacinhos pelo chão”, contou ela ao Sempre Família. “Fiquei pensando então, que o que ia fora nas quatro vezes ao ano que eu cortava, davam muito bem para uma peruca”.

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Maiara então começou um processo de cuidado intensivo para que o cabelo a ser entregue fosse o melhor possível, e uma série de tratamentos foram feitos ao longo do ano. Inicialmente a entrega seria feita em dezembro deste ano, porque em Itaiópolis (cidade no Planalto Norte de Santa Catarina), onde a assistente de manutenção mora, faz muito frio. Mas a ansiedade foi mais forte e ela doou os cabelos no início de agosto.

Quem ajudou Maiara a fazer o corte foi o namorado dela. “Eu queria fazer isso na época que é mais quente, mas eu sou muito ansiosa. Então encontrei uma nova data, que seria ao fim de um curso que eu estava fazendo”, explica ela. O curso acabou em 30 de julho e no dia 31 a jovem estava junto ao namorado separando mechas para o corte. “De início meu namorado achou estranha a decisão, mas na hora ele estava lá me ajudando”, lembra.

E o cuidado especial de Maiara funcionou. Após raspar a cabeça ela mediu o comprimento das mechas e viu que tinha conseguido 80 cm.  O cabelo foi levado até a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Rio Negro e Mafra, no dia 1º de agosto e agora a jovem se prepara para repetir a dose. “Já estou com 1 cm de cabelo e vou fazer tudo de novo para ajudar a quem precisa”, completou.

Repercussão

Maiara conta que ficou um pouco assustada ao ver sua foto careca sendo compartilhada em vários perfis nas redes sociais. “Teve quem me apoiasse e quem me criticasse, claro. Ouvi que eu estava fazendo isso só para ficar famosa na internet, mas ao mesmo tempo fui elogiada pela atitude”, comenta.

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Mas apesar dos comentários negativos, a catarinense diz estar focada naqueles que realmente importam, que são os das famílias de mulheres que passaram pelo tratamento de câncer e que viram beleza no gesto dela. “Um rapaz me contou que a irmã dele quando ganhou uma peruca mudou até a maneira de olhar a vida. Se sentiu mais bonita”, diz. “E recebi comentários de gente que decidiu doar porque viu o que fiz e achou interessante. Isso me motiva”, finaliza.

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