O Uruguai registrou em 2016 mais apreensões de maconha ilegal do que em toda sua história, três anos depois da regulamentação da droga no país. De acordo com a agência de notícias AFP, a Brigada de Narcóticos informou que foram confiscados 4,305 toneladas até 18 de dezembro, sendo que em 2015 havia sido de 2,52 toneladas. Os números ficam bem adiante da cocaína, a segunda droga mais apreendida, que registrou apenas 144 quilos.
Segundo o diretor nacional de Polícia do Uruguai, Mario Layera, Layera o aumento do tráfico da droga também gerou aumento nos índices de violência. ?O aumento da taxa criminal, que medimos de 2005 em diante, foi crescendo com base nos fenômenos de oferta e consumo de drogas?, disse. Nos últimos anos a polícia verificou o aumento de assassinatos, principalmente de homens jovens, que em muitos casos se tratavam de ajustes de contas entre pessoas ligadas ao tráfico.
A regulamentação do cultivo, distribuição, venda e consumo da maconha no Uruguai se deu em 2013, no governo de José Mujica, com o argumento de que a medida combateria o narcotráfico. A lei permite a produção de maconha no setor privado sob o controle estatal, o cultivo caseiro para consumo próprio, a formação de cooperativas e a venda em farmácias. Devido a problemas logísticos, a venda ainda não foi implementada.
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Segundo informa o site de notícias em língua espanhola ACI Prensa, parlamentares que foram contrários à legalização apontam os números como evidência de fracasso da lei. “A lei não adiantou, não freia em nada a delinquência. Pelo contrário, a agrava”, disse o deputado Carlos Iafigliola, do Partido Nacional. De acordo com ele, a legalização “transmitiu a mensagem de que se é legal não é tão ruim. O consumo foi liberado e a sociedade, sobretudo a juventude, ficou muito mais exposta”.
Como a venda ainda não foi implementada, têm-se registrado vários problemas com a grande quantidade de plantação que não encontra canais de distribuição. “Há uma produção de maconha que anda por aí, não se sabe onde, mas anda por aí”, disse o deputado.
“Uma lei desse tipo não resolve nada. Se queriam deter a entrada de substância e o avanço da drogadição, deveriam colocar medidas repressivas e restritivas”, defendeu Iafigliola. “É uma lei muito ruim que, junto com outras impulsionadas por Mujica, como a do aborto, atenta contra a vida, contra a integridade física de quem vive aqui e contra a família. Seguiremos combatendo até que ela caia”, afirmou o parlamentar.
Com informações de AFP e ACI Prensa.
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