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Desde o início da guerra na Síria, em 2011, o número de cristãos no país passou de 2,5 milhões a 700 mil – menos de 4% da população. Além disso, dos 18 milhões de habitantes do país, 13 milhões se encontram em situação de ajuda humanitária. É por essas e outras que a fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, na sigla em inglês) decidiu fazer dos cristãos sírios os protagonistas de sua campanha de Natal, intitulada “Indestrutíveis na fé”.

“O Oriente Médio é uma zona especialmente ferida onde a minoria cristã sofre de forma brutal. Concretamente, a guerra da Síria é a guerra esquecida do século XXI”, apontou o diretor da divisão espanhola da fundação, Javier Menéndez Ros, no lançamento da campanha em Madri na terça-feira (11/12). O conflito já deixou mais de 500 mil mortos e o maior número de refugiados desde a II Guerra Mundial.

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Na campanha do ano passado, a ACN destacou a situação dos cristãos no Iraque. Segundo Menéndez, a fundação conseguiu arrecadar nos últimos anos mais de um milhão de euros anuais – o equivalente a 4,4 milhões de reais – apenas na Espanha. Com os fundos levantados na campanha deste ano, a ACN pretende concretizar 134 projetos, que incluem o socorro em situações de emergência – alimentação, medicamentos e teto –, a reconstrução das igrejas destruídas nos bombardeios e a formação e a assistência psicológica de padres e religiosas.

Desde o começo da guerra, a ACN já destinou mais de 30 milhões de euros ao país, destinados a emergências, bolsas de estudo e reconstrução de casas e igrejas. Segundo o arcebispo sírio-católico de Alepo, Antoine Chahda, a reconstrução das casas é a prioridade para que a sociedade possa retomar o seu ritmo.

O próprio arcebispo foi alvo de um bombardeio em julho de 2014. “À meia-noite caiu um míssil na residência arquiepiscopal. Eu me escondi atrás de uma coluna para desviar dos pedaços do míssil e depois saí à rua no meio da escuridão. Dormi na casa do meu sobrinho e voltei no dia seguinte”, conta ele. “24 horas depois do primeiro, outro míssil derrubou a lateral da catedral. As mulheres e as crianças começaram a correr, havia sangue no pavimento, as crianças gritavam”.

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Chahda afirma ainda que o Estado Islâmico procurou destruir o “mosaico” da convivência entre muçulmanos e cristãos no país, mas que não conseguiram. De acordo com ele, a boa relação entre os membros de ambas as religiões permanece – no Natal, por exemplo, muçulmanos e cristãos adornam juntos as árvores das cidades com luzes e enfeites.

A ACN é uma fundação estabelecida na Alemanha em 1947, em pleno pós-guerra, pelo padre holandês Werenfried van Straaten. Em 2011, oito anos após a morte do fundador, o Papa Bento XVI a tornou uma fundação de direito pontifício, isto é, diretamente dependente do papa.

 

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