É muito comum que os pais não saibamos como interagir com um filho quando ele demonstra estar triste, seja na infância ou na adolescência. Muitas vezes, o único recurso que temos são frases feitas que acabam minimizando, ignorando ou exagerando o motivo que o faz estar triste. Talvez queiramos que o problema se resolva do modo mais rápido possível, mas isso não ajuda a criança ou adolescente a processá-lo de uma maneira saudável e que gere amadurecimento, aprendizado e crescimento.
A escritora Anna Brink, que tem três filhos, dá algumas dicas no site iMom e menciona quatro coisas que não devemos dizer a nosso filho em momentos assim:
- “Tá tudo bem”: minimizar o problema
Pode ser que você ache que a razão de seu filho estar triste seja banal. Mas se ele se sente afetado, é porque para ele essa razão importa. “Se dizemos que tudo está bem quando está claro que para ele não está tudo bem, menosprezamos o sentimento que ele está demonstrando”, explica Anna. - “Você tem um monte de outros amigos legais”: ignorar o problema
Desviar a atenção não surte muito efeito. Falar do “lado bom” não manda embora a dor que se está experimentando em determinada situação – e se mandar, ela logo voltará. - “Você precisa fazer o seguinte”: consertar o problema
“Como pais, somos ótimos em resolver problemas, não é mesmo? A gente já passou por algumas situações parecidas com aquelas que nossos filhos enfrentam”, escreve Anna. “Porém, geralmente eles preferem aprender pela experiência e não através de um conselho”. Dizendo passo a passo o que o seu filho deve fazer, você tira dele a oportunidade de aprender pela experiência – a forma mais profunda de aprender algo. - “Bem, eu avisei”: exagerar o problema
Às vezes consideramos que a chave de tudo está em nós mesmos: bastaria ter ouvido o que dissemos que o problema não teria existido. Mas isso não resolve o problema – ao contrário, o aumenta, acrescentando à tristeza a vergonha e a humilhação.
O que fazer então?
Muitas vezes, o melhor a fazer, pelo menos como primeiro passo, é simplesmente estar ali ao lado do seu filho quando ele demonstra estar triste – a não ser que ele prefira ficar no canto dele por um tempo. “Reconheça que é difícil passar pela situação que ele está passando. Não a conserte. Não a varra para baixo do tapete”, sugere Anna.
Em um segundo momento, se seu filho parecer aberto, comece uma conversa, mas use perguntas em vez de afirmações. “O que você vai fazer então?” ou “Como você acha que essa situação vai estar amanhã/daqui a uma semana?” podem ser boas opções. No meio dessa conversa, pode ser que ele peça a sua opinião. “É a sua deixa”, diz Anna. “Os ouvidos dele estarão abertos para ouvir alguma orientação ou, como meus filhos curtem cada vez mais, uma história de quando você tinha a idade deles”.