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O que você faria se descobrisse que os pais biológicos de sua filha adotiva estão morando, literalmente, na rua? A norte-americana Vanessa McGrady não pensou duas vezes quando soube disso e teve uma atitude totalmente inesperada: os convidou para morar com ela. A situação aconteceu em 2013, quando Grace, sua filha, tinha apenas dois anos de idade, e a história inusitada rendeu um livro: “Rock Needs River: A Memoir About a Very Open Adoption”.

Vanessa e seu marido, Peter, conheceram o casal Bill e Bridgett apenas quatro dias antes do nascimento de Grace. Na época, os pais biológicos da menina moravam em um pequeno apartamento, mas tinham perdido seus empregos e, por isso, optaram por deixar sua filha com Vanessa e Peter.

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Morando em um condomínio em Glendale, na Califórnia, os novos pais de Grace mantinham contato com Bill e Bridgett por e-mail ou Facebook. Porém, cerca de dois anos depois, muita coisa mudou. Vanessa separou-se de seu marido e os pais biológicos de sua filha foram despejados, passando a morar na rua.

Em pleno inverno de Los Angeles, Bill e Bridgett estavam morando debaixo de uma tenda em uma calçada da cidade. “Eu os convidei para ficarem conosco, o que mais eu poderia fazer? Sinto que é isso que você faz quando alguém que você conhece está sem-teto, você lhes dá um lugar para descansar”, disse Vanessa em entrevista à CNN.

Para ela, não foi preciso pensar muito sobre o assunto e, ela não se arrepende do que fez. “Eles nos escolheram para nos tornarmos pais, isso é algo que realmente, eu jamais poderei retribuir”, conta ela. “E se isso significa que eles terão que se juntar a nós por um tempo, tudo bem”.

Convivendo com a mãe adotiva e os pais biológicos

A experiência teve seus momentos bons e também algumas dificuldades. Vanessa contou que foi como ter amigos em casa e que eles foram muito educados, organizados e amáveis com a pequena Grace. Todos tentaram manter uma certa distância para preservar o espaço e a vida pessoal de cada um, mas ao mesmo tempo, a convivência foi necessária para que todos se sentissem confortáveis.

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Sobre a relação de Grace com os pais biológicos, Vanessa ainda não sabe afirmar o quanto a aproximação foi benéfica porque, na época, Grace ainda era muito pequena, mas acredita que é importante que crianças adotivas saibam, pelo menos um pouco, sobre seus pais biológicos.

“Houve uma noite que foi realmente especial. Eu estava tendo dificuldade em escovar os cabelos de Grace, então eles começaram a escovar os cabelos um do outro para mostrar a ela como aquilo podia ser legal. Não a convenceram, mas foi um gesto muito adorável”, apontou Vanessa.

História que resultou em livro

Bill e Bridgett moraram com Vanessa e Grace por um mês e meio e, vez ou outra, eles voltavam. Foram essas idas e vindas que começaram a prejudicar a convivência dentro da casa. “Chegou a um ponto em que Grace estava se sentindo muito ansiosa, ela chorava muito e não conseguia dormir sozinha”, conta Vanessa. “Eu não consegui, realmente, identificar outra coisa senão essas idas e vindas aleatórias. Então, houve um tempo em que eu não os convidei mais”, lembrou.

O casal parou de conversar com Vanessa por causa dessa decisão e se afastou por um longo tempo. Posteriormente, ela decidiu escrever um livro sobre maternidade e adoção, e fez questão de contar também a história de Bill e Bridgett. Quando souberam do projeto, o casal aceitou ajudar Vanessa. “Eles estavam muito entusiasmados em contar sua história. Fui ao Texas para conversar com eles e tenho muitas horas de gravações e vídeos.  Eles me agradeceram muito por isso”.

Nos anos seguintes à visita ao Texas, eles ainda se comunicaram, mas atualmente não estão em contato. Segundo Vanessa, sempre foi muito claro para Grace que ela é a sua mãe, por isso não tem a preocupação de que tudo isso gere uma confusão na cabeça de sua filha. “Agora ela não tem tanta curiosidade sobre Bridgett e Bill, mas um dia ela pode ter. E este livro é uma carta de amor para ela, para falar sobre essa parte da nossa família”, explicou a mãe.

 

Com informações de CNN

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