Atitudes como diálogo, estímulo à espiritualidade e boas amizades desde a infância são maneiras de prevenção
Atitudes como diálogo, estímulo à espiritualidade e boas amizades desde a infância são maneiras de prevenção.| Foto: Bigstock

Prevenir o uso de drogas e álcool é algo que pode e deve ser feito pela família. E isso, desde a primeira infância, e não apenas quando o problema já tiver se tornado de difícil solução.

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Claro. É natural que cada faixa etária apresente um nível de complexidade distinto. Aos pequenos se fala de determinada maneira e aos um pouco maiores de outro. E essa prevenção é feita construindo o caráter dessa criança. Ensinar aos filhos o autocontrole, mostrar a eles a importante da honestidade, do cuidado com a saúde, do zelo pelos seus, faz com que no momento em que lá na frente eles sejam apresentados a algo que não seja saudável, como as drogas, eles sejam fortes o suficiente para recusar.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sugere algumas ações a serem feitas em família para que haja a prevenção desta situação. E nelas estão atitudes fáceis de se colocar em prática como o diálogo entre todos da casa, a atenção às tarefas de casa das crianças, o se mostrar feliz por aquilo que a criança é e não por aquilo que ela faz. Confira a lista com 12 passos para prevenir o uso de drogas na adolescência:

  1. Dar limites: saber que existem limites na vida é importante. E saber disso no início dela é melhor ainda. Conversas e acordos devem ser feitos em casa com os filhos desde que eles ainda são pequenos, porque desta forma isso se incorpora na rotina delas e ao crescer, não será algo que os faça questionar.

    Ser claro em suas intenções e consistente nas promessas que se faz aos filhos é importantíssimo também. Mostrar até onde elas podem ir, as consequências de seus atos, pequenos ou grandes, não demonstram crueldade por parte dos pais, mas amor. Limites bem definidos dão segurança às crianças.
  2. Diálogo em família: os filhos precisam reconhecer na família um lugar onde se aconselhar, onde se é ouvido também. É o espaço de perdão, de escuta, de opinião firmada em valores sólidos. Assuntos proibidos não devem existir, apenas precisam de hora e maneira certa de se falar.
  3. Juntos nas refeições: a rotina com diversas atividades impede muitas vezes de que as famílias estejam juntas em todas as refeições. Por isso, eleger uma para que todos possam estar juntos é fundamental para que se crie "uma cola familiar". "A refeição em grupo não é apenas para compartilhar o alimento, é para compartilhar pensamentos e atitudes. Mas para dar certo, sem celular na mesa!", alerta a SBP.
  4. Saber o que as crianças fazem no tempo livre: é necessário incentivar a liberdade nos filhos, claro. Mas é necessária a supervisão dos pais durante o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Se não há supervisão, os adolescentes tomam caminhos errados e os responsáveis nem ficam sabendo, ou pior, só descobrem as escolhas erradas quando já é tarde demais.
  5. Estar atento às tarefas escolares dos filhos: que relação isso tem com a prevenção ao uso de drogas? Acontece que saber o que o filhos aprende na escola demonstra preocupação, cuidado, interesse. É demonstrar zelo que se reflete na maneira como eles se sentem amados pelos pais.
  6. Demonstrar orgulho de quem os filhos são: acertos são bons, mas reconhecer o esforço feito também é necessário. Valorizar e encorajar os filhos são princípios fundamentais para garantir a saúde emocional deles e fazer com que aprendam, desde cedo, a acreditarem em si mesmos e não em qualquer substância que possa aparentemente os tornar diferentes.
  7. Incentivar atividades esportivas: de acordo com a SBP, um projeto na Islândia, país europeu com alto consumo de bebida alcoólica e drogas, simplesmente aumentou as atividades culturais e esportivas nas escolas, sem muitas palestras, alertando os pais a acompanharem seus filhos adolescentes. Isto foi suficiente para diminuir em muito os problemas com drogas, melhorando o relacionamento familiar inclusive.
  8. Incentivar atividades sociais: cuidar da comunidade em que se vive é uma ótima forma de moldar o caráter de uma criança. Experimentar a vivência de fazer o bem e cuidar do próximo é essencial para a criança e reduz a chance de que ela seguia por um caminho que não contribui com o bem-estar coletivo.
  9. Incentivar a espiritualidade: a espiritualidade é mais um fator protetor, independente de crença. Se a criança frequenta uma atividade religiosa semanalmente, o índice de drogas é bem inferior daquele que vai de vez em quando. E o exemplo vem dos pais, não se esqueça.
  10. Estimular boas amizades: onde e com quem estão os filhos? Ainda quando são pequenas é preciso orientar que as crianças para tenham cuidado com estranhos. Mas quando o assunto é a droga, ela pode ser oferecida em casa, por um amigo. Experimentar é o primeiro passo para a dependência. "O cérebro se desenvolve até os 21 anos. Qualquer droga iniciada antes da maturação do cérebro causa maior dependência e possíveis danos irreversível", de acordo com a Sociedade.
  11. Permitir cigarro ou bebida em casa porque é "mais seguro": se você acha que deixar os filhos beberem ou fumarem em casa com os amigos é ser um pai amigo, sentimos muito em dizer, mas não é verdade. A SBP esclarece que "a ciência já tem bem determinado que dependência química está associada a idade de início do uso de uma substância: quanto mais cedo começa, maior a chance de se tornar dependente. Se o pai ou a mãe fuma, a chance de o filho fumar é maior. O tabagismo passivo já aumenta a chance de dependência do filho, pois ele já teve contato com a nicotina. Estudos demonstram que se o pai fuma, o risco de drogas ilícitas nos filhos foi quase 8 vezes maior. Se há presença de bebida alcoólica em casa, o risco para uso de drogas ilícitas foi quase 5 vezes maior".
  12. Seja exemplo: é para os pais que as crianças olham para terem a referência do que fazer e como viver. Elas são esponjas! Seja um bom exemplo de comportamento em todas as áreas da vida.
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