Reprodução/Facebook/@LucianoHuck| Foto:
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De todas as opções que estão despontando para disputar a presidência da República em 2018, talvez a mais inesperada seja a do apresentador Luciano Huck. O paulistano de 46 anos, que comanda o programa Caldeirão do Huck na Globo desde 2000, ainda não anunciou oficialmente sua pré-candidatura, mas tem falado durante o ano inteiro sobre a necessidade de rostos novos na política e negocia com diversos partidos uma chapa para o próximo ano.

Em setembro, Huck reuniu-se com o Democratas. “O Luciano é um cara que conhece a realidade do Brasil de ponta a ponta e que tem uma sensibilidade especial, e este é um momento em que a política deve ouvir toda a gente com espírito público”, disse o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, no fim do encontro, segundo o Diário de Notícias.

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Já em outubro, foi a vez do PPS. O presidente do partido, o deputado Roberto Freire, disse a O Antagonista que Huck “é um cara jovem, com boa formação política e que tem uma compreensão clara da questão social-democrata”. A sigla – ou ao menos a ala sob influência de Freire – está à espera do apresentador. Segundo a Veja, o domínio “lucianohuck2018.com.br” já está até registrado, esperando ser ativado.

No começo de novembro, Marcello Faulhaber, estrategista da campanha de Marcelo Crivella à prefeitura do Rio, disse que se Lula, João Dória e Joaquim Barbosa estiverem fora do páreo, “Luciano Huck, inevitavelmente, será um dos dois nomes do segundo turno das eleições”. Até o marqueteiro francês Guillaume Liegey, responsável pela campanha solo vitoriosa de Emmanuel Macron pela presidência da França, andou se reunindo com o movimento Agora!, que apoia Huck.

Contudo, Huck, pelo menos até outubro, ainda negava a sua candidatura. Em um post no Facebook, disse que “as pessoas leem as mesmas palavras, mas cada uma interpreta de um jeito diferente” e reafirmou: “Continuo achando que de onde estou, fora do dia a dia da política, minha contribuição pode ser mais efetiva e relevante”. Declarou novamente, ainda, seu apoio aos movimentos Agora! e RenovaBR.

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Huck começou a sua carreira de apresentador em 1995, na CNT Gazeta. No ano seguinte, assumiu o Programa H, na Band, responsável pelo sucesso de personagens com apelo erótico como a Feiticeira e a Tiazinha. Formado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP), ele é casado desde 2004 com a também apresentadora Angélica, com quem tem três filhos.

É filho do jurista Hermes Marcelo Huck, membro do quadro de árbitros oficiais do Mercosul por nomeação do Itamaraty, e da arquiteta Marta Dora Grostein. Além de apresentador, Huck comanda o Joá, um fundo de investimentos que tem participações em mais de 20 empresas, incluindo o restaurante Madero, o e-commerce Peixe Urbano, a grife Reserva e o canal Porta dos Fundos.

Saiba agora o que o apresentador e potencial candidato pensa a respeito de temas caros ao público conservador no Brasil.

 

Religião

Huck é judeu. Seu casamento com Angélica, que é católica, foi celebrado em ambas as religiões. Segundo o casal, a diferença nunca foi um problema no seu casamento. “Quando eu fiz 40 anos, ele me deu de presente uma capelinha lá em casa. A gente reza lá, e Luciano participa”, disse Angélica no programa Esquenta em 2016.

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“A base das religiões é a mesma em qualquer lugar do mundo, que é as pessoas se amarem e respeitarem”, disse Huck na ocasião. Os três filhos do casal foram batizados na Igreja Católica e, além disso, os dois meninos foram circuncidados, seguindo a tradição judaica.

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O casal também tem proximidade com a cabala, uma linha mística judaica. “Estudei várias religiões e filosofias, como budismo, catolicismo, cabala, judaísmo e peguei o melhor de cada uma para me fortalecer. No fim, Deus é quem manda”, disse Angélica ao M de Mulher em 2016.

Além disso, desde 2012 Huck consagra o seu programa de fim de ano a Iemanjá, apresentando a ela uma oferenda e mergulhando no mar, todo vestido de branco – uma prática das religiões afro-brasileiras.

 

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Aborto

Não há registro de declarações do apresentador sobre o tema.

 

Casamento gay

Huck apoia as pautas LGBT. Uma das estampas da marca que levava o seu nome, Use Huck, foi feita especialmente para a Parada Gay de São Paulo de 2012 e parte do lucro obtido com sua venda era dirigida à divisão paulista da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT/SP). Ele também compartilhou um post do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que denunciava a infiltração de hackers na página do Facebook Quebrando o Tabu – especificando a importância da página na defesa das pautas LGBT.

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Apesar disso, seu meio-irmão Fernando Grostein Andrade contou a Pedro Bial que o apresentador não demonstrou tanta abertura assim quando Fernando lhe contou que era gay. “Você demorou 20 anos para resolver isso na sua cabeça. A gente precisa de um tempo para resolver isso dentro de nós também”, teria dito Huck, que levou um tempo para absorver a notícia.

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Drogas

Huck foi um dos produtores de Quebrando o Tabu, o documentário dirigido por seu meio-irmão que entrevistou figuras como Fernando Henrique Cardoso, Paulo Coelho, Jimmy Carter, Bill Clinton, César Gaviria e Dráuzio Varella, defendendo a descriminalização das drogas. Segundo contou em entrevista à Época em 2011, Huck não tinha uma opinião formada sobre a questão das drogas quando investiu na produção.

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“O que foi feito até hoje não funcionou. Não diminuiu a demanda, o consumo aumentou”, disse o apresentador. “O caminho de Portugal é o mais inteligente, na minha opinião. Eles combatem o tráfico e, em vez de reprimir o usuário, dão a ele todo o apoio médico e social para deixar o vício. Mas é um modelo difícil de adotar no Brasil de um dia para outro. Tem que ter clínicas, uma estrutura de tratamento”.

Quando a revista perguntou como ele pretende abordar o assunto com seus filhos, Huck respondeu: “Vou dizer a eles com clareza e transparência: as drogas têm um lado bom, mas elas tiram o poder de escolher as coisas, tiram a liberdade. E vou dizer: olha, tem um filme bom sobre esse assunto, assiste primeiro…”, referindo-se ao documentário que produziu.

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