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A discussão é antiga e está longe de terminar. Afinal, a violência retratada no cinema e na televisão pode influenciar o comportamento das pessoas? Entre os especialistas, o que prevalece é a ideia de que a representação da violência na mídia isoladamente não gera um comportamento agressivo. Mesmo assim, ela é um fator de risco, da mesma forma que a condição social, acesso a armas e existência de transtornos mentais.

Isso acontece porque a percepção da criança sobre o mundo e a maneira como ela reage à realidade é resultado direto da sua observação e interação, tanto com pessoas reais, quanto personagens da ficção. Ao ver na tela pessoas violentas, comportamentos agressivos e o resultado – benéfico para o personagem em boa parte das vezes – desses comportamentos, crianças e jovens podem acabar acreditando que a agressão é uma maneira eficaz de resolver conflitos.

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As cenas de violência são tão comuns que aparecem em filmes para todas as faixas etárias. E atraem o público. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Públicas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, mostrou que dos 390 filmes com maiores bilheterias nos EUA entre 1985 e 2010, 90% dos filmes continha ao menos seis momentos distintos em que o protagonista agia com violência. E em 77% das películas, os personagens principais apareciam em cenas de sexo e consumo de álcool de drogas.

Papel dos pais

Filtrar aquilo que os filhos veem também é função dos pais, mas simplesmente proibir crianças e jovens de assistirem a filmes com cenas de violência é pouco produtivo. Mesmo que em casa eles não tenham acesso a esse tipo de material, eventualmente, seja em casa de amigos ou através da internet, terão contato com filmes violentos. Assim, a orientação dos pais deve abranger não só quais conteúdos, mas também como assisti-los.

No caso da violência, pesquisadores norte-americanos, em artigo publicado na revista da American Psychological Society (APS), acreditam que há mais chances de uma criança agir de forma agressiva após assistir a um programa ou a um filme violento quando o adulto que a acompanha não faz nenhum comentário a respeito. “Como os pais controlam o que seus filhos veem e o que os pais fazem quando suas crianças veem violência parece ser mais importante em amenizar os efeitos da observação da violência do que as próprias características dos pais em si”, dizem os estudiosos.

As crianças tendem a ser menos influenciadas negativamente por determinados conteúdos quando seus pais acompanham o que elas assistem, e fazem considerações a respeito, justificando ou criticando o que é mostrado. Quando os pais esclarecem à criança o que está aparecendo na tela, reforçando que certas atitudes não devem ser seguidas, vão ajudando-a a ser mais crítica em relação aos conteúdos, o que, mais tarde, fará com que ela mesma possa discernir sobre o vê, tornando-se mais resistente a influências negativas.

Como explica o psicólogo e psicoterapeuta Tonio Luna, “uma criança com dois, três anos, vai ter de ouvir ‘não’ dos pais, porque alguns conteúdos ela não vai entender ou saber como interpretar. A partir do momento em que ela começa a desenvolver um senso crítico e pergunta o porquê daquilo estar sendo mostrado, aí os pais devem passar a responder”.

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