Karen Isler/Divulgação
Karen Isler/Divulgação| Foto:

Karen e Alessandro Isler já tinham uma filha de três anos, em 2010, quando se depararam com a foto de um bebê de quatro meses que tinha sido abandonado dentro de uma caixa de sapato em uma rua do Rio de Janeiro e, em seguida, rejeitado pela família que o adotou. O motivo da rejeição, o diagnóstico de microcefalia, não foi obstáculo para o casal, que decidiu adotar o bebê.

“Assim que me mostraram a primeira foto dele, eu senti como se eu estivesse grávida e acabasse de descobrir que eu teria um filho com necessidades especiais. A partir daquele momento não consegui fingir que ele não existia, ele já era meu”, afirmou Karen, de 29 anos, à Exame.

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“No início, por medo, o meu marido foi contra”, contou a dona de casa. Mas as imagens que eles receberam do bebê, Moisés, mostravam um belo sorriso. “Foi com aquele sorriso que ele encorajou o meu marido. Foi um momento muito especial. Nós choramos muito e o Alessandro me disse em seguida: ‘Ele é o nosso filho e nós vamos buscá-lo’”, relatou Karen.

O casal percorreu 550 quilômetros de Rio Claro, no interior de São Paulo, até o Rio. “Quando chegamos na sala da assistente social, o Moisés já estava no colo da profissional. Nos aproximamos e ele começou a pular e sorrir muito, foi uma mistura de alegria com um toque de ‘será que nós vamos dar conta?’”, lembrou Karen. “Saímos daquela sala já com a guarda dele”.

Em sentido horário, a partir da esquerda Karieli, Alessandro, Moisés, Karen, Josué e o pequeno Izaac (foto: Karen Isler/Divulgação) . Em sentido horário, a partir da esquerda Karieli, Alessandro, Moisés, Karen, Josué e o pequeno Izaac (foto: Karen Isler/Divulgação) .

Esperança

Os primeiros dias foram de um choro quase contínuo. Moisés precisou de cerca de dez dias para começar a se acostumar com a nova família. A filha do casal, Kariely, ficou encantada com o irmãozinho. “Ela não o via como deficiente e ajudava nos cuidados dele”, contou Karen.

Mas e a microcefalia? “Moisés era super esperto e se desenvolveu praticamente como um bebê normal. Até o primeiro ano de vida. Quando ele completou um ano começaram as crises convulsivas – eram mais de 50 por dia”, relatou a mãe.

“Mesmo tratando com anticonvulsivos, o desenvolvimento dele estacionou ali. Hoje, com quase 7 anos, ele tem a idade mental de uma criança de um ano. Há seis meses, descobrimos uma dieta alimentar que tem potencial para ajudar no tratamento da epilepsia. Fisicamente, o Moisés já apresentou algumas melhoras”, disse. “Ele é uma criança cheia de vida e potencial, e vai se desenvolver”.

Karen e Alessandro tiveram ainda outros dois filhos depois de Moisés: Josué, hoje com dois anos, e Izaac, com dez meses. “Foi o Moisés que ensinou o Josué a falar sua primeira palavra: gol. E foi Josué que ensinou Moisés a chutar uma bola. Eles vão crescer, e tenho certeza que sempre vão se apoiar uns nos outros, especialmente no Moisés”, refletiu Karen.

 

Com informações de revista Exame.

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