O Brasil caiu 12 posições em relação a 2020, ocupando o 41º lugar no ranking do Relatório Mundial da Felicidade, publicado pela ONU.
Desde 2013 a percepção de bem-estar do brasileiro está em declínio quando analisados aspectos relacionados ao trabalho e educação entre jovens de 15 a 29 anos| Foto: Bigstock

Ao pensar em felicidade não é comum estabelecer critérios muito objetivos para defini-la. Ser feliz para uma pessoa pode ser algo completamente diferente para outra. Há 20 anos, porém, já existem estudos que buscam entender a ciência da felicidade e a Organização das Nações Unidas (ONU) até criou um ranking global. Os números mais recentes indicam que o índice de felicidade dos brasileiros está em queda.

Siga o Sempre Família no Instagram!

Com base em variáveis econômicas, como Índice de Desenvolvimento Humano e PIB per capita, e em relatos a respeito de bem-estar, anualmente a ONU elabora o Relatório Mundial da Felicidade. O Brasil caiu 12 posições em relação ao ano passado e ocupa hoje o 41º lugar no ranking.

A queda também foi constatada e analisada pelo centro de políticas sociais da Fundação Getúlio Vargas. A pandemia do coronavírus afetou o mundo todo, mas a interferência na percepção de felicidade do brasileiro foi mais intensa do que em outros países. “Globalmente sentimos uma diminuição do bem-estar e um aumento na ansiedade e no estresse, mas no Brasil esses números foram mais elevados”, analisa Gustavo Arns, idealizador do Congresso Internacional de Felicidade e do Centro de Estudos de Felicidade no Brasil.

Felicidade é uma habilidade

Para o especialista, desde 2013 a percepção de bem-estar do brasileiro está em declínio quando analisados aspectos relacionados ao trabalho e educação entre jovens de 15 a 29 anos. Ele defende, porém, que a ciência pode ser uma aliada importante para reverter esse quadro.

Gustavo explica que a ciência da felicidade é um campo multidisciplinar, que tem como pilares principais a psicologia positiva, a neurociência e a ciência das emoções. “É a combinação de cinco elementos: bem-estar físico, emocional, intelectual, relacional e espiritual. É a conjunção disso tudo que nos auxilia na construção de uma vida mais feliz”, revela.

Mais do que defender que a felicidade não é uma abstração, Gustavo diz que ser feliz pode ser uma questão de exercitar a mente. “O estudo fundamental vem da neurociência, que entende a felicidade como uma habilidade. Pode ser construída, desenvolvida e praticada”, destaca.

É com base nisso que hoje ele ministra cursos que auxiliam a compreender esse tema e ensina como aplicar essa ciência na vida pessoal e profissional. A psicóloga Jocely Burda, professora da Faculdade Estácio Curitiba lembra que algumas vezes é uma questão de mudança de olhar. “As pessoas, de uma forma geral, têm o habito de olhar para o lado e focar na infelicidade. É muito difícil olhar para a resiliência, para a felicidade, e resgatar o que a gente tem de bom”, ensina.

Para a psicóloga resgatar a autoestima, o otimismo e a espiritualidade é tão importante quanto a gratidão. “Por mais que seja uma situação difícil sempre tem algo bom para resgatar. Nem que seja o aprendizado, que se dá em pequenas coisas”, conclui.

Deixe sua opinião