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Quando você tem um sonho, aquilo que parece impossível se torna realidade. Quando Marcelle Riesco, uma contadora de 28 anos, e Rodrigo Matos, um comerciante de 27, decidiram se casar, no final de 2015, eles não tinham dívidas, mas também não tinham nenhuma reserva financeira. Ao tomarem a decisão, chegaram a um acordo de que era necessário começar a poupar dinheiro de alguma forma para que o objetivo pudesse ser atingido.

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Indisciplinados, eles gastavam muito dinheiro com viagens e restaurantes. Rodrigo teve então a ideia de começar a juntar moedas. “Pensei que seria mais difícil mexer nas moedas. Sabia que se colocássemos na poupança ou em alguma outra aplicação financeira íamos acabar mexendo”, diz à Exame. Marcelle não gostou muito da ideia, mas acabou cedendo. “Ela ponderou que o dinheiro ficaria parado, sem render juros. Mas entendeu que seria um bom começo para criarmos o hábito de poupar”, conta Rodrigo.

Um cofrinho no tamanho tradicional não seria suficiente para a ambição do casal. Rodrigo resolveu então pedir para um amigo que trabalhava em uma indústria produzir um cofre com 25 centímetros de altura e 25 centímetros de largura. “Não dava para abrir de alguma forma. Só arrombando”, explica.

Economia

No começo, o casal colocava no cofrinho moedas que sobravam do troco de ônibus e pedágios – o casal mora em cidades diferente do estado de São Paulo e gasta muito com transporte. Quando já tinham acumulado quase 2 mil reais, concluíram que seria melhor passar a trocar cédulas por moedas. Além de acelerar o processo de juntar dinheiro, não precisariam gastar em compras para colocar o troco no cofre.

O casal então manifestou o interesse pela troca de cédulas por moedas a amigos e comerciantes. “Até dinheiro de dízimo trocamos. Minha mãe tinha um amigo que trabalhava na igreja”, conta Rodrigo. Além das trocas, todas as moedas que sobravam na loja de Rodrigo no final do mês iam para o cofre. Chegou a hora que, de tão pesado, não dava mais para tirar o cofre do lugar.

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Um ano e onze meses depois do início da empreitada, o cofre ficou cheio até a boca. Mas o casal não parou aí: continuaram acumulando moedas em uma sacola ao lado do cofre. Até que, em um fim de semana, decidiram abri-lo e contar quanto tinham economizado. A contagem durou oito horas: “Começamos a contar às 10 horas da manhã e terminamos às 6 horas da tarde”, conta o comerciante. “Deu trabalho porque já decidimos organizar o dinheiro em lotes de cem moedas, para facilitar na hora da troca. A gente conferia até três vezes cada um deles”.

Quando o casal começou a despejar o dinheiro no chão, se surpreendeu. “Vi que tinha muito dinheiro”, relata Rodrigo. “Resolvemos então fazer um desafio: quem de nós conseguia adivinhar quanto tinha ali. Imaginei que tinha 4 mil reais, mas tínhamos, na verdade, 10.523 reais”. Mas além das moedas, o casal tomou outras medidas e chegou a economizar, em pouco menos de dois anos, quase 30 mil reais.

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A partir da criação do hábito de poupar as moedas, eles cortaram gastos, como TV a cabo e viagens caras, e conseguiram aplicar parte do salário na poupança. “Passamos a fazer viagens de final de semana e para lugares próximos. Até marcamos férias em datas diferentes para não cairmos na tentação de programar uma viagem maior”, lembra Rodrigo. Ou seja, o casal juntou cerca de 1,2 mil reais por mês ao longo desse tempo.

“Não tínhamos um valor fixo estipulado: tentávamos juntar o máximo que conseguíamos. Não deixamos de viver e, quando precisávamos fazer uma compra mais urgente, dávamos prioridade a ela e deixávamos de economizar um valor alto”, explica Rodrigo. Ele e Marcelle vão se casar neste ano.

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