Crédito: Arquivo Pessoal - Paris, França
Crédito: Arquivo Pessoal - Paris, França| Foto:

Não foi uma única vez que li artigos que diziam que, junto com a maternidade, vem a culpa. E ela vem por motivos diversos: porque você não amamentou, porque deixou seu filho com uma babá para trabalhar, porque deixa as crianças assistirem mais TV do que deveriam, porque… porque… porque…

E acrescento hoje mais um item na culpa materna: a hora de viajar sem seus filhos . Afinal, há até quem diga que esta mãe vai “largar” seus filhos para fazer uma viagem (até mesmo que não seja para lazer).

Mas sabe, as mães preocupadas de terem um tempo de qualidade e que se desdobram do jeito que dá para estarem o mais presentes possível com suas crianças (e que hoje escrevo especialmente à vocês) são justamente as que se sentem mal. O que passa na cabeça da maioria destas mães? Um turbilhão de pensamentos, aperto no coração, vazio, sentimento de derrota para o mundo, uma decepção gigante. Afinal, como você pode deixar isso acontecer? Como assim deixar seus pequenos “para trás”? Não é saudades, é a mais pura culpa.

Eu, no entanto, acho que isso está errado, tudo errado. Nenhuma boa mãe deveria sentir esse tipo de culpa. Afinal, uma boa mãe zela dias e noites (e madrugadas) por eles, cuidam de suas roupas, alimentação, educação e desenvolvimento em geral. Elas trabalham dentro e fora de casa, se viram diariamente para dar conta de tudo e ainda sentar no chão para brincar, acompanhar tarefas escolares e contar uma história antes de dormir.  Se ausentar por um período de tempo acaba com absolutamente tudo o que mencionei (e o muito mais que não escrevi)?

Pode ser que você precise cumprir uma designação de trabalho, que precise cuidar de uma outra pessoa da família por estar doente, ou que você simplesmente precise de um tempo para você… uns dias para colocar seu corpo e mente em ordem (o que chamamos de férias, palavra que não sei se existe vários dicionários das mamães atuais). Mais uma vez: ausentar-se uns dias é realmente errado?

Eu estudei, me formei e trabalhei por 7 anos em uma multinacional. Dias corridos, horas extras, muito trabalho, mas… eu tinha final de semana, pelo menos 20 dias de férias, e jeitinhos de folgar em bancos de horas. Fiz excelentes viagens nestes anos que lá estive. Viajar, seja para o outro lado do oceano ou um bate volta sempre foi minha “válvula de escape” (assim como para alguns pode ser cozinhar, tocar um instrumento, treinar na academia ou em algum esporte e até fazer umas compras. Conhecer pessoas, culturas e lugares é o que mais me dá prazer). Uma viagem recarrega minhas baterias de forma que nenhum outro jeito o faz. Mesmo quando viajava para trabalhar, ainda que fosse muito cansativo, eu gostava de apreciar um jantar em um lugar diferente, olhar a cidade enquanto me deslocava, curtir a hospedagem no hotel, era simplesmente bom. E a combinação funcionava: trabalho trabalho trabalho trabalho… folga com algumas viagens. Não posso dizer que não foi um bom ciclo de minha vida.

 

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Então a maternidade chegou, e com ela, ao mesmo tempo que as experiências mais incríveis começaram, frustrações surgiram também (normal de qualquer mãe). E o meu maior trabalho, ainda que tenha saído do emprego e optado por um negócio próprio, era me dedicar por todo o dia ao nosso filho. E tive momentos maravilhosos (incluindo a viagem de família que fizemos para Buenos Aires e Montevideo quando ele tinha 9 meses e mais alguns passeios e viagens mais próximas), mas sempre pensando nele, ou na família como um todo. Pensar algo que fosse pra eu curtir, relaxar e aproveitar… não me lembro disso nesta época! A válvula de escape, bem… estava entupindo, e eu comecei a ficar mais ansiosa, nervosa e impaciente. Alguém se identifica?

Acredito, por experiência própria, que quando passamos a nos dedicar de corpo e alma aos nossos filhos, ainda que estes momentos sejam únicos, nós também precisamos ter momentos nossos, para relaxar, repensar e principalmente, ter fôlego e ânimo para seguir em frente na parte trabalhosa da maternidade. Criar, disciplinar e educar é mais do que importante e necessário, só que quem realmente o faz diariamente sabe que não são tarefas fáceis, aliás, são extremamente exaustivas e desafiadoras, não são?

Vista para Torre Eiffel Crédito: Arquivo Pessoal

Então, em um belo dia surgiu a oportunidade: minha mãe queria viajar em um grupo de outras mulheres, mas que ainda não tinha fechado o número de pessoas. Ela me convidou para ir com ela, por cerca de 12 dias. A primeira pergunta que fiz foi: “mas como vou deixar o Mateus aqui?” e ela, muito prática (e com razão) disse: tem seu esposo, avós, tios e tias que podem cuidar dele. Era verdade, mas não seria eu muito desnaturada por fazer isso? Viajar sem nosso filho de apenas 2 anos?

O fator decisivo no meu caso foi meu querido marido, que tomou uma atitude que ele pode não considerar tão grandiosa, mas que pra mim foi gigantesca. Ele rapidamente disse: eu tenho férias para tirar. Fico com o Mateus,  você vai, e aproveito para ter um tempinho só de pai e filho com ele. Não pude deixar de sorrir e agradecer por ele ser o pai de meus filhos (Homens, isso deixa toda mulher na maior alegria). Turismo em família não é simplesmente viajar com filhos: é parceria em vários sentidos, inclusive para permitir que uma mãe possa ter uma viagem que possa chamar de sua.

Depois disso, o grupo acabou não fechando, mas meus pais decidiram que viajaríamos juntos, e as passagens foram compradas. Um misto de ansiedade e emoção tomaram conta de mim: eu arrumaria apenas minha mala, escolheria os passeios que eu queria. Espero que não considerem egoísmo de minha parte, mas eu estava muito animada com estas férias.

Mas lembram da culpa? Ela bate nossa porta quando menos esperamos. Nos 2 meses que passaram entre a compra das passagens e o embarque ela veio. Apareceu um dia quando comecei a pensar em todas as providências que teria que deixar e falar ao paizão (que sabia fazer tudo, mas não “do meu jeito”) e se não era tempo demais e abuso para ficar fora. A culpa também pulou na minha frente quando uma conhecida disse: “mas você tem coragem de deixar ele aqui?” E logo me senti mal por isso. E uma semana antes de embarcar a “ficha caiu”: eu realmente vou largar meu filho aqui para meu próprio prazer? Juro que quase pedi pra cancelar tudo. Mas o marido, novamente sensato disse que eu realmente precisava relaxar, e precisava aproveitar, e que aquela era a chance: não sabíamos se teria outra. Ele colocou minha cabeça no lugar: fiz as malas, e embarquei com meus pais por 2 semanas na Europa (e realmente recomendo vocês viajarem com seus pais, fiz post deste assunto também).

Quando meus pés passaram da imigração e comecei a curtir aqueles primeiros dias da viagem tudo mudou. Comecei a relaxar, a ter mais tempo de apreciar o que estava na minha frente, e ligar no fim do dia para contar o que fiz e dar Oi aos meus amados, que estavam super bem curtindo momentos que eles também não tiveram até então. Deixei a culpa para trás para observar a vista de Berlim em detalhe, e comer apenas com meu garfo e faca no café da manhã. De conseguir ler uma explicação completa no museu. E me emocionar ao ver as luzes da Torre Eiffel piscarem e ficar 5 minutos olhando apenas para ela. Percebi que estar com eles é bom, mas estar por conta é bom também. E descobri que o equilíbrio é o que realmente funciona.

 

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Eu e meu filho com as malas no aeroporto Crédito: Arquivo Pessoal

No fim da viagem, eu estava feliz, e morrendo de saudades. Fiz a viagem que eu queria e se me perguntarem se me arrependi de estar sem marido e filho nesta ocasião você vai ouvir que não, que ela foi perfeita como foi. Claro que ainda quero repetir a dose com eles, mas essa viagem foi para mim. E no fim eu estava com a mente revigorada, animada e ansiosa para vê-los e curtir muitas e muitas semanas seguintes com meus amores. Como disse minha prima “de casamento” Bárbara* : “saudades de ser sozinha e feliz por não ser mais”. Eu não aguentei esperar a mala da minha mãe chegar na esteira, já que a minha já tinha chegado e tinha a família me aguardando do saguão do aeroporto.

Sabe, pensando agora em tudo o que envolve nossa “nova” vida após a chegada dos filhos, desejamos ser a melhor mãe possível, e ver na nossa rotina o que tantos profissionais da medicina, educação e mesmo familiares e amigos indicam… e isso é trabalhoso, e às vezes surreal. As mães são cobradas e julgadas diariamente, e por mais que muitas vezes devessem, elas não ignoram comentários e críticas. E isso só faz a culpa aumentar, ainda que você tenha sacrificado muito de seu tempo e de sua rotina. Mas eu aprendi que, se eu não estou bem para cuidar da minha família, eles também não ficarão bem. Eu preciso estar firme, e feliz, para poder estar feliz com meus filhos e meu esposo. E alguns dias inteiros pra mim fizeram milagres para um ano todo.

Depois disso a minha culpa se foi, e já repeti a dose. Já fiz 2 viagens sem filhos e recarreguei as baterias em cada uma delas. Fiz uma curtinha de 3 dias e outra maior de 12 dias, que já estava grávida e não sabia, e foi bom para passar bem a nova gravidez e ter toda disposição de cuidar de nosso novo bebê lindo, que como um passe de mágica nasceu e logo completará 9 meses. E estou muito mais tranquila do que primeira experiência materna, mas confesso que já estamos planejando uma viagem só em casal (viajamos separados nos últimos anos justamente para um de nós ficar com os meninos, mas agora já sentimos está na hora de termos pelos menos alguns dias só nossos).

Quero finalizar dizendo que, se você é uma mãezona que ama e zela por seus maiores bens, e precisa ou simplesmente queira viajar sem filhos, não se culpe. Tudo vai dar certo porque você também providenciará tudo o que eles precisam na sua ausência. Eles ficarão ótimos, e você também precisa estar disposta e feliz para continuar zelando por eles. Comprem suas passagens, e não deixe esta culpa embarcar com você.

* Bárbara Blanski Kuster Augusto, que é jornalista de formação, e também se casou com meu primo, e por isso virou minha prima também!

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