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O “sim” do povo irlandês ao aborto é a prova mais recente e dolorosa da decadência moral na qual a Europa ocidental se encontra. Quando são os parlamentares a aprovar tais abominações as explicações são conhecidas e estão na ponta da língua, afinal a história se repetiu várias vezes: envolve pressão internacional, dinheiro, ativismo ideológico, etc. Mas quando a decisão vem do próprio povo é porque crise é muito mais profunda e não há soluções a curto prazo. Ela só vêm com o passar de gerações.

Nos próximos dias, analistas interessados no caso vão encher a internet com análises sobre o que aconteceu. Eu prefiro apontar o dedo para aqueles que considero os maiores responsáveis pela desgraça, os péssimos bispos católicos que destruíram completamente toda forte influência moral que a Igreja Católica já teve naquele país.

Papa Francisco: “Se há dúvida sobre homossexualidade, é melhor não entrar no seminário”

Os crimes de sacerdotes pedófilos e seu covarde acobertamento por parte do episcopado encheram de vergonha os outrora orgulhosos católicos irlandeses, e, convenhamos, é muito fácil sair disso e chegar na completa indiferença ao ensino moral cristão, como se tudo não passasse de história para boi dormir.

Esses crimes sexuais, no entanto, são o resultado drástico de outro erro fatal, porém gradativo, que ainda manchará a Igreja irlandesa por anos. O assunto proibido, do qual nenhum grande jornal fala, sobre o qual pouquíssimos bispos tem coragem de se pronunciar, é o desleixo dos seminários católicos ao aceitarem praticamente qualquer candidato, a fim de “combater a crise de vocações”. Foi isso o que resultou no número assombroso de padres sem fé, sem a devida formação intelectual, sem qualquer compromisso real com os votos que fez no dia de sua ordenação e frequentemente confusos sobre a própria sexualidade.

14 vezes em que o papa Francisco falou contra a ideologia de gênero e o casamento gay

Talvez a regra que ordenou aos seminários do mundo todo para que não admitissem candidatos com tendências homossexuais tenha vindo tarde demais – foi promulgada em  2005, por Bento XVI. Aliás, a relação entre esses crimes (450 acusações, entre 1975 e 2004) e quantos deles foram praticados por padres homossexuais parece ser um assunto proibido naquele país. Por mais fácil que seja supor essa relação – já que a maioria das vítimas era formada por seminaristas e coroinhas – é estranhamente difícil achar uma investigação séria e pública a esse respeito.

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