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Ryan T. Anderson, Ph.D., especialista em bioética, liberdade religiosa e filosofia política

Na semana passada (26/07), o presidente Donald Trump anunciou a reversão da medida tomada no governo Obama que abriu as Forças Armadas a pessoas que se identificam como transgêneros.

Essa medida, anunciada no último ano do segundo mandato de Barack Obama, estava prevista para vigorar a partir do começo de julho de 2017, mas o secretário de Defesa, James Mattis, anunciou um atraso de seis meses em sua implementação para que se fizesse uma revisão a respeito da prudência da decisão, dada a natureza das Forças Armadas e a sua missão.

A missão das nossas Forças Armadas é vencer guerras e proteger a nação. Assim, qualquer política pessoal precisa priorizar a prontidão militar e os propósitos cruciais da missão.

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O anúncio de Trump de que não seria factível abrir as Forças Armadas a pessoas identificadas como transgêneros faz com que se volte à política que sempre foi observada, antes da mudança de última hora promovida pela administração Obama – uma imposição política da agenda trans.

Como explico no meu livro When Harry Became Sally: Responding to the Transgender Moment (“Quando Harry se tornou Sally: uma resposta ao momento transgênero”, em tradução livre), a ser publicado em breve, a melhor biologia, a melhor psicologia e a melhor filosofia concluem que o sexo é uma realidade biológica e que o gênero é a expressão social dessa realidade.

As terapias mais úteis para a disforia de gênero focam não em tentar alcançar o impossível – mudar os corpos para conformá-los a pensamentos e sentimentos –, mas em auxiliar as pessoas a aceitaram e mesmo abraçar a verdade sobre os seus corpos e sobre a realidade.

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Infelizmente, 41% das pessoas que se identificam como transgêneros tentarão suicídio em algum momento de suas vidas, comparados com 4,6% da população em geral. E as pessoas que chegaram a fazer a cirurgia de mudança do sexo são 19 vezes mais propensas do que a média a morrer por suicídio.

Pessoas que se identificam como transgêneros sofrem uma gama de problemas sociais e de saúde mental – inclusive ansiedade, depressão e abuso de substâncias – em taxas mais altas que a população em geral. A biologia não é dogmatismo e nós precisamos de uma avaliação mais honesta e sóbria dos custos humanos por mal compreender a natureza humana.

Havia preocupações bem justificadas de que Obama estava usando as Forças Armadas para fazer avançar o último item da agenda do guerreiro cultural da justiça social – tentar normalizar as identidades transgêneros e promover terapias controversas para a disforia de gênero.

A mudança política de Obama ignorou a realidade de que colocar indivíduos que podem desenvolver riscos maiores de suicídio ou outros danos psicológicos nas mais estressantes situações imagináveis – o campo de batalha – é uma imprudência.

Mas até mesmo pessoas que discordam sobre as questões subjacentes à transgeneridade devem reconhecer que há preocupações práticas para as Forças Armadas quando esse assunto está em pauta.

O anúncio de Trump reflete boas razões pelas quais as adaptações relacionadas às pessoas que se identificam como transgêneros são incompatíveis com realidades militares. Aqui elenco algumas considerações:

 

  1. A privacidade dos militares não pode ser infringida

Ou seja, nenhum soldado, inclusive os que se identificam como transgêneros, deve ter permissão para usar instalações específicas para o sexo oposto. Seja em quartéis, banheiros, chuveiros, etc., a privacidade de todos os militares deve ser respeitada.

Dada a natureza das acomodações militares, não está claro onde soldados identificados como transgêneros poderiam ser alojados.

 

  1. Todo militar permanece pronto para o combate a qualquer momento

Pessoas que fizeram o processo de “transição” medicamente precisam de tratamentos regulares com hormônios e uma série de consultas que se seguem à cirurgia de mudança de sexo. Não está claro como alguém nessa situação conseguiria conjuminar esse compromisso com a disponibilidade que as Forças Armadas requerem.

 

  1. Todos os militares são mantidos no mesmo padrão de aptidão física – um padrão baseado na realidade do sexo biológico e não na “identidade de gênero”, que é subjetiva

Homens que se identificam como mulheres não podem ser mantidos em um padrão mais baixo do que o de um homem – seus corpos precisam estar no padrão que as Forças Armadas determinam como o mais efetivo para o combate.

 

  1. O escasso dinheiro dos contribuintes não pode ser gasto para custear terapias controversas e caras de mudança de sexo

Isso é ainda mais digno de ser sublinhado em um momento em que ameaças estrangeiras crescentes estão consumindo nossos recursos miliares e em que lutamos como nação para prover um serviço de saúde básico para todos. Mas não está claro como pessoas que se identificam como transgêneros pagariam por seus tratamentos sem inclui-los no Tricare, o plano de saúde militar.

 

  1. O julgamento médico, a liberdade de consciência e a liberdade religiosa de médicos, capelães, oficiais de comando e colegas de serviço devem ser respeitados

A menos que os líderes militares consigam encontrar uma forma de respeitar todos esses fatores, sempre haverá boas razões pelas quais as Forças Armadas não terão condições de acolher pessoas que se identificam como transgêneros.

 

Texto originalmente publicado em inglês no site Daily Signal.

 

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