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Em fevereiro de 2016, o Family Day realizado na Itália chamou a atenção não apenas pelo público numeroso, mas também por sua diversidade. Entre as milhares de famílias, profissionais e personalidades que estavam no Circo Máximo de Roma, para defender o casamento exclusivo entre homens e mulheres, estava Giorgio Ponte, escritor de 30 anos, que não esconde a sua tendência homossexual.

Entrevistado pelo portal Zenit, Ponte conta os motivos que o levaram a partir de Milão, onde vive há anos, para participar do Family Day em Roma.

“Estou aqui representando todas as pessoas com tendência homossexual que não se identificam com os movimentos LGBT”, afirma. Há muitos homossexuais que pensam assim; presentes ao evento estavam, entre outros, Jean-Pier Delaume-Myard e Clément Borioli, do La Manif pour tous, da França.

“Nós não acreditamos na ideia de que seja indiferente crescer junto a um casal homossexual, em relação a crescer junto de um pai e uma mãe”, diz Ponte. Ele faz questão de precisar que esse pensamento, um antigo patrimônio comum a todas as culturas, que hoje se tenta afastar, não é uma clava a ser usada contra inimigos.

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“A presença de pessoas homossexuais – e somos tantos aqui – tem precisamente a tarefa de demonstrar que não somos contra quem decide compartilhar a sua vida com uma pessoa do mesmo sexo, pois ninguém tem o direito de invadir as escolhas pessoais e os relacionamentos dos outros.” Há, porém, uma verdade antropológica que precisa ser dita.

Uma verdade que tentam destruir aqueles que, afirma Ponte, “de boa-fé, se habituaram a pensar que o desejo corresponde ao direito”. O escritor deseja dirigir uma mensagem a essas pessoas: “A nossa paternidade ou maternidade pode ser vivida de outro modo. Mesmo que existam algumas coisas que desejemos ardentemente, devemos aceitar que nem tudo o que desejamos pode ser consentido.”

Ao explicar de que modo alternativo os homossexuais podem viver a maternidade e a paternidade, Ponte diz que é “dando a vida pelas pessoas que estão à nossa volta”. No evento, eram muitas, de fato, as pessoas ao seu redor. Era um vai-e-vem de pessoas que se aproximavam, emocionadas, para cumprimentá-lo e agradecer-lhe.

Na praça, o clima era leve. “Se aqui se respirasse sensivelmente uma atmosfera de homofobia, eu não estaria aqui”, reflete ele, acrescentando: “Sempre disse que sofro mais preconceito por ser católico do que por ser homossexual.”

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Alguns homossexuais, talvez, o vejam como um traidor da causa LGBT e por isso o atacam. “Pela exposição a que me submeti, já houve diversas pessoas que não economizaram comentários negativos em relação a mim: alguns me escrevem entristecidos, como se estivessem ofendidos pelo fato de eu ser católico e ao mesmo tempo ter tendências homossexuais.” O escritor confessa ter recebido e-mails “de tons muito fortes, às vezes repletos de vulgaridade”.

Mas a ele chegaram também manifestações de solidariedade e comunhão. Em relação a quem o ofende, Ponte experimenta um sentimento de misericórdia. “As pessoas que ofendem geralmente escondem um sofrimento. E esse sofrimento deve ser escutado, sob a luz da verdade, de modo que também quem está do outro lado possa um dia chegar a compartilhar conosco aquilo que defendemos.”

 

Com informações de Zenit.

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