Gabriela se preparava para a Primeira Eucaristia quando foi interrompida por complicações de saúde; ela tem uma grave cardiopatia.
Devota de Nossa Senhora Aparecida, a menina descobriu, há poucos meses, uma cardiopatia grave e está na fila de espera por um novo coração.| Foto: Arquivo pessoal/Giovana Michele Romanoski de Andrade

Internada desde o início de outubro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, Gabriela Romanoski de Andrade, de 10 anos, conta a recuperação como certa. “Ela acredita em um milagre e diz que vai sair daqui curada” afirma a mãe, Giovana Michele Romanoski de Andrade.

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Devota de Nossa Senhora Aparecida, a menina descobriu, há poucos meses, uma cardiopatia grave e está na fila de espera por um novo coração. “Ela tem um problema cardíaco que, a princípio, é irreversível. O que nós estamos tentando fazer é, com o uso de medicações, estabilizar a progressão para que possa fazer o transplante”, explica a médica intensivista pediátrica, Camila Faversani Camargo.

Pelo que aponta a especialista, apesar de a doença não estar evoluindo, as condições em que Gabriela se encontra não são as ideais. “É uma função muito ruim, de não conseguir fazer as atividades do dia a dia. Nós aguardamos alguns exames para poder descartar e até confirmar algumas hipóteses, mas o que a gente sabe é que o músculo do coração dela não é bom. A formação dele e a disposição acabam prejudicando um batimento cardíaco eficaz”, comenta.

Uma fé inabalável

Gabriela estava no segundo ano da preparação quando os planos de receber a Primeira Eucaristia foram interrompidos pelas complicações de saúde. “Ela fazia a catequese pela internet [por conta da pandemia], mas teve que parar. Era o sonho da vida dela”, conta a mãe.

Um encontro na capela do hospital, no entanto, possibilitou a realização do sacramento e a concretização do desejo da menina. “A irmã ficou sabendo da história e me perguntou se poderia providenciar a primeira comunhão dela aqui mesmo no hospital e eu autorizei”, lembra Giovana.  

Foi a irmã Lourdes Nogueira da Silva, integrante da Pastoral da Espiritualidade do Pequeno Príncipe, quem cuidou de tudo. “Nós tivemos quatro dias para ver as questões sanitárias, local para realização da missa, padre, cantores, etc”, relata. Segundo ela, o evento mobilizou os funcionários do hospital. “Eu não vencia atender o telefone, porque todo mundo queria participar de alguma forma”, completa.

Sobre o grande dia

A celebração ocorreu na tarde do último domingo (25), no saguão do hospital, com um número reduzido de participantes. Gabriela estava de vestido branco e uma coroa de flores na cabeça, detalhes pensados pela mãe e pela equipe de enfermagem. “Ela tinha passado muito mal de manhã e a gente até achou que não conseguiria sair do quarto para participar. Mas, na hora, ela estava radiante, nem parecia que estava internada”, ressalta Giovana.

A missa foi feita pelo arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, que crismou Gabriela no mesmo dia. “A Igreja permite isso em situações especiais”, esclarece irmã Lourdes. O próprio arcebispo se ofereceu para ser o padrinho da menina. “É a Igreja que se une à uma filha sua. Por isso eu fui até lá, para dizer à essa família e aos que aqui estão para rezar com eles, que diante de Deus a derrota nunca tem a última palavra”, declara Dom Peruzzo.

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