Ao superar traumas da infância, Fernanda criou uma ONG que reforma casas e instituições em situação de vulnerabilidade social.
Ao superar traumas da infância, Fernanda criou uma ONG que reforma casas e instituições em situação de vulnerabilidade social.| Foto: Divulgação/Reforamar

A natalense Fernanda Silmara cresceu sonhando em morar numa casa sem goteiras. Após ingressar na universidade, foi surpreendida com a ajuda do seu tio, que lhe ofereceu mão de obra gratuita, para reformar sua casa. Quando chegou ao fim da faculdade, a estudante havia conquistado um telhado sem buracos e piso cerâmico.

Siga o Sempre Família no Instagram!

Ao superar os "traumas" das noites em claro devido as goteiras que inundavam sua casa, Fernanda, inspirada por sua própria história, decidiu criar a Reforamar. Aos 21 anos ela criou uma ONG que reforma casas e instituições em situação de vulnerabilidade social, buscando transformar a vida do próximo por meio da moradia.

“O objetivo é entregar mais do que uma casa reformada, mas lares dignos”, conta Fernanda ao explicar que, durante a realização do projeto da moradia, os voluntários buscam descobrir os sonhos da pessoa contemplada, com o objetivo de transformar a vida dos moradores pela realização de sonhos antes inimagináveis.

Quem é contemplado?

Desde sua criação, em 2018, o projeto já contemplou 15 reformas, sendo três instituições sociais e 12 residências. Para 2022, cinco lares foram contemplados, sendo que a ordem da execução da reforma será determinada pelo público, por votação nas redes sociais, conforme a angariação dos recursos financeiros se concretiza.

O Reforamar busca dar prioridade para os moradores que têm idade avançada ou que residem com crianças. Além disso, os voluntários têm um olhar atento, principalmente para os grupos à margem da sociedade.

Fernanda conta que os contemplados são escolhidos por um formulário online, no qual deve constar a história da casa a ser transformada, a fim de que se comprove certo zelo com a moradia. “Muitas pessoas não têm o cuidado com o lar, sendo desleixadas e até mesmo preferindo gastar seus poucos recursos com carros ou outras coisas”, destaca Fernanda. “Não adianta reformarmos uma casa que em pouco tempo estará destruída por não haver um cuidado mínimo”, completa ela.

Com o preenchimento do formulário, é realizada uma análise de viabilidade do projeto, considerando a localização da residência, com base na logística e segurança dos voluntários, e a possibilidade do orçamento para reforma necessária. A escolha se encerra após a visita socioeconômica, na qual a Reforamar oferece inclusive suporte econômico às famílias em vulnerabilidade social, com a doação de cestas básicas, por exemplo.

Voluntariado

O projeto, que iniciou com cinco engenheiros, conta, atualmente, com pelo menos 300 voluntários com diversas especialidades como jornalistas, bombeiros, pedreiros, arquitetos e médicos, visto que não é exigido dos voluntários especialização em construção civil.

“Além de fazer um bem, o voluntário também aprende o ofício da reforma durante o projeto, podendo, posteriormente, executar na sua própria casa a habilidade adquirida”, conta Fernanda. Para se tornar um voluntário, basta que o interessado seja maior de idade e tenha comprometimento com a execução do projeto, destaca a fundadora da ONG.

Como ajudar?

Muitas são as formas de contribuir. Pode ser com dinheiro, ou com uma doação pontual ou mensal.

O projeto busca doações até mesmo de itens que não sejam relacionados à construção civil, como alimentos, vestuário, eletrodomésticos, móveis ou qualquer material que possa ser utilizado tanto na reforma, como vendido no bazar que arrecada valores para as ações. “Às vezes, ao economizar o valor de uma coxinha, doando para o projeto, o voluntário contribui para a realização de um sonho de moradia. Afinal, com o pouco se faz muito”, conclui Fernanda.

Deixe sua opinião