Elas fazem parte de um grupo de formandas da década de 1960, do Colégio Sion, em Curitiba e semanalmente se encontram
Até o início da pandemia, as amigas se reuniam semanalmente em casas ou confeitarias para rir e relembrar o passado| Foto: Arquivo pessoal

O ano era 1960. As amigas da turma de formandas do Colégio Nossa Senhora de Sion, em Curitiba, não queriam saber de se afastar ou perder contato quando aquele ano, e aquela fase da vida, terminassem. Decidiram se encontrar uma vez por semana para fazer um lanchinho e poder conversar à vontade. A tradição pegou e, em setembro de 2020, esses encontros comemoraram 60 anos! De lá pra cá muita coisa mudou, mas tantas outras continuam iguais.

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Maria Victoria Fontan, hoje com 78 anos, é uma das 14 que até o início desse ano, semanalmente se encontravam com as amigas. “Nem nós acreditamos que faz tanto tempo”, diz a aposentada. “É maravilhoso, emocionante. Sempre que nos encontramos rimos, choramos, contamos tudo uma para outra”, afirma Lucimara França, também integrante da turma.

A cada semana o café da tarde é de responsabilidade de uma delas. Algumas organizam na própria casa, outras combinam de se reunir em uma confeitaria, elas mesmas preparam o que servir ou encomendam alguma coisa gostosa para comer. O importante é estarem juntas para celebrar a vida e jogar conversa fora. “Não tem fofoca porque a gente fala tudo na cara uma da outra, não tem conversinha particular ou falar mal da outra depois que o lanche termina. É uma terapia em grupo”, se diverte Maria Victoria ao garantir que ninguém critica ninguém pelas costas.

Esse ano as amigas completariam o jubileu de diamante dos encontros. Um almoço para todos os familiares estava programado, mas a pandemia do novo corona vírus interrompeu os planos. Como todas já passam dos 70 anos de idade, não puderam mais se ver pessoalmente. Mas elas não desanimaram e encontraram uma solução: a tecnologia. Por aplicativos de celular elas mantém encontros virtuais com conversas e chamadas de vídeo.

Só que nem todas dominam os tecnológicos smartphones, por isso era preciso ir além. Maria Victoria teve, então, uma ideia: cada uma pensaria em um presente para fazer um agrado para todas as outras. Foi assim que, durante todo o mês de setembro, elas se presentearam. “Cada uma usou a criatividade, foi esplendoroso. Não queríamos nada caro, era só uma lembrança pra dizer que gostamos muito umas das outras”, conta.

Teve cartão feito à mão, gola de tricô, porta-retrato com foto de todas, caixa de bombom de chocolate, toalhinhas para lavabo, vasos de violeta - que simbolizam as alunas do colégio que, na época, eram chamadas pelo nome da flor. Cada uma recebeu 13 lembrancinhas. E assim elas puderam comemorar a amizade, mesmo que à distância. “Os presentes foram incríveis. Cada vez que o porteiro interfonava, era uma alegria. Estamos pensando em algo agora pra fazer para o Natal”, avisa a fundadora do grupo, cheia de planos.

Se as amigas poderão se reunir novamente em breve, ninguém sabe. Mas fica o exemplo de amizade, esperança e amor que conecta gerações.

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