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Nas últimas semanas, um vídeo tocante sobre um grave problema social e político viralizou nas redes sociais, alcançando mais de cem milhões de visualizações. Trata-se do testemunho de Park Yeon-mi, uma jovem norte-coreana que conseguiu fugir de seu país e se tornou ativista, promovendo a conscientização sobre as graves violações aos direitos humanos que a ditadura dos Kim tem perpetrado.

Nascida em 1993, Park escapou da Coreia do Norte com sua mãe através da China e da Mongólia em 2007 e se estabeleceu na Coreia do Sul. A travessia da fronteira norte-coreana contou com a ajuda de chineses envolvidos com o tráfico humano. Um deles ameaçou denunciar a família às autoridades se Park não fizesse sexo com ele, mas a sua mãe se ofereceu em seu lugar para atender a chantagem.

No deserto de Gobi, a família teve o auxílio de missionários cristãos e ativistas de direitos humanos, até conseguir ter contato com uma embaixada sul-coreana, que facilitou seu estabelecimento em Seul.

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O pai de Park conseguiu fugir do país pouco depois, mas morreu, enfermo, na China. A jovem tinha também uma irmã, Eunmi, que saiu da Coreia do Norte em segredo anos antes e nunca mais foi localizada. Park e sua mãe presumem que ela tenha morrido.

O vídeo em questão retrata o discurso de Park no fórum da organização One Young World, que todo ano reúne jovens líderes do mundo todo para dialogar sobre os problemas que assolam a sociedade. A jovem esteve no evento em 2014, em Dublin, na Irlanda – ocasião em que foi filmado o discurso que viralizou – e em 2015, em Bangcoc, na Tailândia.

“A Coreia do Norte é um país inimaginável. Tem apenas um canal de televisão e não há internet”, diz Park no vídeo. “É o único país do mundo que executa pessoas por fazerem ligações internacionais não autorizadas”.

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“Quando eu era mais nova, eu nunca tinha visto nada sobre histórias de amor entre homens e mulheres, nenhum livro, nenhuma música, nenhum jornal, nenhum filme sobre histórias de amor”, relata. “Todas as histórias eram propaganda para fazer lavagem cerebral sobre os ditadores Kim”.

A Coreia do Norte é liderada desde 2011 por Kim Jong-un, filho de Kim Jong-il, ditador norte-coreano de 1994 até sua morte. Antes disso, o país era comandado desde a sua fundação, em 1948, por Kim Il-sung, pai de Kim Jong-il.

No fórum de 2015, Park criticou o fato de o Ocidente tratar Kim Jong-un de maneira humorística, em vez de encará-lo como um ditador assassino. “Seu corte de cabelo é engraçado. Ele é gordo. Ele, de alguma maneira, parece um personagem de desenho animado – e ele pode tentar me matar, mas agora estou livre, então posso dizer o que quiser”, disse.

“Mas Kim Jong-un não é uma piada para mim. Ele era um deus que eu precisava venerar todo dia. Ele é um assassino. Rir de ditadores não pode ser o bastante”, afirmou Park. Páginas administradas pelo governo norte-coreano na internet tentam continuamente desmoralizar o seu ativismo, afirmando que a sua história é uma ficção montada para atacar o regime.

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