Modelos são, em teoria, os mesmos, mas na prática pode haver diferenças no ajuste ao rosto das KN95 e na proteção contra Covid-19
Modelos são, em teoria, os mesmos, mas na prática pode haver diferenças no ajuste ao rosto das KN95 e na proteção contra Covid-19| Foto: Bigstock

As máscaras PFF, FFP, N95 e KN95 se referem, em teoria, ao mesmo tipo de item de proteção. Ganham siglas diferentes de acordo com o país ou região:

  • PFF, ou "peça facial filtrante", é o termo mais comum no Brasil;
  • FFP é assim chamada nos países da Europa;
  • N95 é mais conhecida nos Estados Unidos;
  • KN95 é o equivalente chinês.

Embora sejam itens com várias camadas de proteção e com a capacidade de filtrar e capturar 95% das partículas no ar, na prática a regulamentação de cada país acaba exigindo um padrão diferente. As KN95, por exemplo, oferecem elásticos para que a peça seja prendida pelas orelhas, enquanto que as PFF brasileiras têm dois elásticos que as prendem atrás da cabeça.

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Os elásticos nas orelhas acabam não prendendo tão bem, e o ajuste do item ao rosto pode ser prejudicado – bem como a sua proteção. O uso deste item em ambientes de alto risco, como o meio hospitalar, não é recomendado.

Em maio de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um comunicado em que alerta que os "respiradores particulados provenientes da China podem não proporcionar proteção adequada aos profissionais de saúde", e publicou uma lista das máscaras que foram retiradas da lista de Produtos com Autorização de Uso Emergencial da FDA, agência norte-americana.

"A KN95 equivale a nossa PFF2, porém existem variações muito grandes nos tipos de KN95. Então foi por isso que a Anvisa já publicou uma lista de fabricantes cujas KN95 realmente não conseguem equivaler às PFF2", explica Carlos R. Zárate-Bladés, pesquisador do Laboratório de Imunoregulação no Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Modo de usar

Na hora de escolher uma máscara, é preferível se ater aos modelos com os elásticos que prendem atrás da cabeça, especialmente em ambientes fechados e de alto risco de contaminação. Além de manterem o item mais ajustado ao rosto, as versões brasileiras PFF, por exemplo, vêm com o selo do Inmetro, que é indispensável em toda embalagem de respirador descartável – exceto em lotes que foram produzidos na vigência da Portaria nº 102/2020, de acordo com o perfil Qual Máscara?

Ainda que não tragam o selo do Inmetro, as embalagens devem trazer o número do C.A, que é o Certificado de Aprovação. Com esse número, é possível verificar no site consultaca.com se o dado corresponde, de fato, ao modelo vendido.

KN95: dá para usar?

O uso das KN95, no entanto, não é totalmente dispensável. Em comparação a máscaras caseiras, as acrílico ou mesmo os modelos de tricô, as versões chinesas são bem mais eficientes na proteção contra a Covid-19.

De acordo com Zárate-Bladés, a forma como cada pessoa lida com a máscara também influencia na proteção. "Se a pessoa usa a máscara, mesmo a PFF2, mas ela é abaixada, ou ela vai caindo enquanto a pessoa fala, e a máscara fica na ponta do nariz da pessoa, aí já não tem mais eficácia nenhuma", destaca.

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