Alguns sinais podem indicar a falta de zinco, como diarreia crônica, queda de cabelo, unhas fracas, paladar alterado, entre outros.
Alguns sinais podem indicar a falta de zinco, como diarreia crônica, queda de cabelo, unhas fracas, paladar alterado, entre outros.| Foto: Bigstock

Presente em fórmulas multivitamínicas e lembrado no inverno, época de gripes e resfriados, o zinco é um mineral importante para o organismo, uma vez que atua diretamente no sistema imunológico e na produção de hormônios.

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Com atuação na diferenciação das células do sistema imunológico, o mineral auxilia na resposta a ataques de invasores e atua na síntese de imunoglobulinas, como explica o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia. “Assim, a deficiência em zinco pode deixar nosso organismo mais suscetível a infecções virais”, diz ele, ressaltando que há estudos que têm demonstrado a importância do zinco no combate à Covid-19.

Boa parte das células do sistema imune precisa do zinco tanto para serem formadas quanto para funcionarem. “Então, se houver alguma deficiência de zinco essas células podem não funcionar adequadamente e o organismo pode não ter uma boa defesa”, diz a nutricionista Juliana Gropp, da Clínica Alira, especialista em nutrição clínica pelo Hospital Sírio Libanês e em nutrição em doenças crônicas não-transmissíveis pelo Hospital Israelita Albert Einstein.

Será que falta zinco?

Entre os sinais que podem apontar a falta de zinco no organismo estão a diarreia crônica, queda de cabelo, unhas fracas, paladar alterado, distúrbios de crescimento, infertilidade, dificuldade na cicatrização de feridas e distúrbios neurológicos, cita Ribas Filho. “Mas apenas exames laboratoriais podem confirmar essa deficiência e, se for o caso, suplementar”, diz.

Uma das dificuldades de se avaliar a quantidade de zinco no corpo, diz Juliana, é que o mineral é muito distribuído nos tecidos, então um exame de sangue para ver o zinco sérico, por exemplo, apesar de ser uma alternativa, nem sempre fornece o resultado real porque muitas vezes o corpo compensa e mantém níveis adequados do mineral no sangue.

“Também dá para medir na urina e no cabelo, que é um exame mais preciso, porém mais caro”, diz ela, citando que problemas de cognição e de concentração, diminuição do olfato e falta de apetite podem ser outros sinais de carência do mineral no organismo.

Ele vem de fora

O zinco não é produzido pelo organismo, então para obtê-lo é imprescindível que seja ingerido através de alimentos ou por suplementação, caso seja necessária. São fontes do mineral os alimentos fontes de proteína, de origem animal, como as carnes e frutos do mar – sendo as ostras um destaque entre elas –, e ainda sementes, grãos integrais, castanhas e oleaginosas.

“A suplementação é indicada quando a alimentação não é suficiente para manter os níveis dentro do esperado, mas ela deve ser realizada por um médico, após avaliação e exames”, diz Ribas Filho.

A deficiência do mineral pode ocorrer, por exemplo, entre vegetarianos que não consomem proteína animal, pacientes com doença inflamatória intestinal, doença de Crohn, retocolite ulcerativa e em etilistas, pessoas que consomem quantidade muito elevada de álcool, o que pode causar deficiência de absorção do zinco e exigir suplementação, diz Juliana.

Zinco em excesso faz mal

Se por um lado é raro alguém ultrapassar os níveis ideais de zinco no organismo apenas pela alimentação, quem suplementa sem indicação médica pode consumi-lo em excesso. Segundo Ribas Filho, o excesso de zinco não é acumulado em sua grande parte, mas sim eliminado na urina e nas fezes. “Entretanto, algumas pessoas podem armazenar quantidades superiores ao limite recomendado, o que pode causar certa toxidade”, diz ele, o que pode causar fadiga, febre e dores no estômago. “Insuficiência cardíaca crônica, osteosarcoma ou aterosclerose são doenças que podem elevar a quantidade de zinco no organismo, exigindo exames periódicos para detecção precoce e tratamento adequado a cada caso individualmente”, diz ele.

Segundo Juliana, quantidades excessivas de zinco podem causar sintomas gastrointestinais como diarreia, náuseas e vômitos e até mesmo deficiência de cobre, por existir uma relação entre os dois minerais. “Adultos precisam da ingestão diária de 7/8mg do mineral para mulheres a 11mg para homens. Vemos muita suplementação excessiva de zinco sem necessidade e ela não deve ultrapassar os 40mg por dia”, finaliza ela.

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