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Dias corridos em casa, trânsito intenso e pressão no trabalho são realidades enfrentadas pela maioria das famílias e a receita infalível para gerar estresse. Quando o problema surge, àqueles que recorrem à fé levam vantagem na hora de superar a situação. E não é preciso recorrer a uma igreja para concluir isso. A afirmação vem da própria medicina.

Segundo José Carlos Estival Tarastchuk, cardiologista do Ambulatório Especial de Cardiologia do Hospital Pilar, em Curitiba, situações como as descritas acima liberam alguns hormônios como a adrenalina, noradrenalina e cortisol, que fazem com que uma pessoa esteja sempre alerta. “Com essa liberação hormonal a imunidade acaba baixando e outras doenças têm passe livre para entrar no organismo”, explica ele. Assim, pessoas que têm fé, que mantém uma boa frequência em cultos religiosos e grupos desse segmento, costumam ser beneficiadas nesse momento de alto estresse.

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O que acontece é que a pessoa que tem certa espiritualidade costuma parar por alguns momentos e durante a oração começa a repensar a situação vivida. Essa introspecção se assemelha ao que acontece na meditação e unido à fé que ela tem, a ajuda a se acalmar. Além é claro, do fato dela estar inserida em um grupo com pensamento comum. Isso também contribui em muito para sua qualidade de vida.  “Estudos mostram mudanças no cérebro causados pela oração. Esse momento introspectivo ativa vários campos do cérebro”, comenta Fernando Tensini, neurologista do Hospital Marcelino Champagnat, também em Curitiba.

Mas é preciso dar atenção a um fator: religiosidade é diferente de espiritualidade. “De modo geral pessoas com grande espiritualidade tem uma melhor saúde do que as que não tem espiritualidade nenhuma. O mesmo não é verdade para a religiosidade”, explica Tensini. Para ele, se você apenas adota práticas de uma religião, mas não tem a crença em algo maior, não obterá o mesmo resultado benéfico em relação à sua saúde. Casos de ansiedade e estresse são mais fáceis de se tratar se o paciente tiver onde se ancorar, no entanto, alerta o médico, “não basta só ir à missa ou culto todo domingo”. Isso ocorre por que os efeitos positivos num tratamento são provocados pela sensação de conforto e esperança, mas, para Tensini, há pacientes que adotam práticas religiosas como uma espécie de punição para si mesmos, o que tende a gerar efeitos até prejudiciais à saúde.

 

 Estudos comprobatórios

A relação saúde e fé ainda é pouco explorada na academia, por isso há escassez de publicações que permitam o estudo da influência da espiritualidade em questões clínicas. Apesar disso, há um movimento para que essa situação mude. “Em congressos médicos já encontramos discussões sobre o efeito da crença em Deus na recuperação de pacientes”, conta Tarastchuk.

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Um exemplo disso é o artigo produzido na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) intitulado “Avaliação da Prática de Terapia Complementar Espiritual/Religiosa em Saúde Mental”, de Juliane P. de Bernardin Gonçalves, Giancarlo Lucchetti, Frederico C. Leão, Paulo R. Menezes e Homero Vallada. O material analisa estudos já publicados nessa área, com o intuito de encontrar semelhanças entre suas conclusões e juntar os resultados em uma técnica estatística.

“Temos também estudos em revistas renomadas que apresentam casos de pessoas internadas que obtiveram um ótimo resultado na recuperação e não sabiam que haviam pessoas em oração por elas, fora do hospital”, completa Tarastchuk. Segundo ele, pacientes que estão inseridos em uma comunidade religiosa, que se mantém firmes na fé em Deus, utilizam menos antibióticos no período de recuperação, tem uma melhor evolução do quadro clínico e até recebem alta mais rapidamente.

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