A complementação pela dieta e aporte nutricional, juntamente com a exposição solar de 15 minutos ao dia em 20% de área corporal, deve ser estimulada em toda época do ano.
A complementação pela dieta e aporte nutricional, juntamente com a exposição solar de 15 minutos ao dia em 20% de área corporal, deve ser estimulada em toda época do ano.| Foto: Bigstock

O inverno faz com que todos fiquem na toca, mas tomar algum sol sempre é preciso. Produzida na pele após a exposição aos raios UVB, os mesmos que causam queimaduras solares, a chamada vitamina do sol é essencial para ossos e músculos, mas sua relação com o organismo vai muito além disso.

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No inverno, a menor incidência solar e por menos tempo reduz a capacidade da pele de produzir Vitamina D, assim como o uso recorrente de protetor solar, a pigmentação da pele mais escura e o uso de muitas roupas, como explica a médica nutróloga pela Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Patrícia Savoi.

Além de sua falta estar associada ao raquitismo, quando o tecido ósseo não se mineraliza adequadamente, causando ossos moles e deformidades, pesquisas recentes mostram sua relação com a saúde do trato gastrointestinal. “Níveis mais elevados reduzem a suscetibilidade à doença inflamatória intestinal e doença de Crohn, infecções intestinais e pulmonares”, diz ela.

Níveis baixos foram associados a mais risco de morte por doença cardiovascular, comprometimento cognitivo em idosos, asma grave em crianças e câncer. Há ainda a sugestão de que a Vitamina D possa ter um papel na prevenção e no tratamento de uma série de doenças, incluindo diabete tipo 1 e tipo 2, hipertensão, intolerância à glicose e esclerose múltipla.

Grupos de risco

Há grupos de risco que devem ficar mais atentos à queda dessa vitamina, chamada hipovitaminose D, como idosos, gestantes e lactantes, indivíduos com baixa exposição solar ou com contraindicação para tal, pacientes com osteoporose primária e secundária, doenças osteometabólicas, com fragilidade óssea, doenças crônicas ou que usam medicação que afeta o metabolismo ósseo, como o corticoide.

“O diagnóstico deve ser buscado nessa população e em atletas e indivíduos que buscam melhora da performance, prevenção de câncer e de doenças autoimunes”, afirma Patrícia, assinalando que, segundo a Abran, essa hipovitaminose D está associada à obesidade e doenças metabólicas, além de possivelmente aumentar a prevalência de câncer, doenças autoimunes, respiratórias e relacionadas à saúde reprodutiva.

Se não pelo sol...

A complementação pela dieta e aporte nutricional, juntamente com a exposição solar de 15 minutos ao dia em 20% de área corporal, deve ser estimulada em toda época do ano. A recomendação de ingestão diária da Vitamina D para adultos é de 600 UI.

“Entre as fontes alimentares da vitamina temos a gema de ovo (que tem incríveis 218UI, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a sardinha (125g/476 UIs), o bife de fígado (100g/50 UIs), atum (185g/247 UIs), salmão assado (120g/194 UIs), leite integral (1 copo americano pequeno/78 UIs) e cogumelos shiitake (1 colher de sopa cheia/10 UIs)”, cita a médica nutróloga. Porém, segundo ela, mesmo com uma boa dieta, a atenção com a exposição solar é importante e deve ser feita sempre que possível, mesmo nos dias frios de inverno.

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