Na tentativa de amenizar os sintomas da Covid-19, algumas estratégias têm sido usadas, mas exigem cuidado
Imunidade cai pelo frio combinado com o tempo mais seco e mais aglomerações, que predispõem a infecções diversas.| Foto: Bigstock

A queda de temperatura é somente um dos fatores que pode levar à redução da imunidade natural do organismo. Por este motivo é importante estar sempre bem agasalhado, principalmente nas extremidades, mais suscetíveis ao frio.

“Nesta época do ano normalmente também o ar é mais seco, o que aumenta a poluição, fator que ajuda no aumento de infecções respiratórias e pode levar à baixa da imunidade”, diz o especialista em bacteriologia do Lanac, Marcos Kozlowski. Somem-se a isso, ainda, ambientes mal arejados, com alta concentração de pessoas, e podem surgir pneumonias, gripes, resfriados e meningites, que também trazem uma alteração na imunidade.

Manter-se hidratado é fundamental, podendo substituir a água por chá quente, como o verde, que age como antioxidante. Assim como consumir alimentos ricos em vitaminas e antioxidantes, como a vitamina C, que melhora o combate a infecções e alimentos ricos em selênio e zinco, que melhoram a imunidade. “Como a imunidade também é sazonal, ocorre em ciclos, se você estiver em um ciclo mais baixo naturalmente estará mais suscetível a doenças e infecções”, finaliza.

Limpe bem sua casa

Passar mais tempo dentro de casa no inverno também pode favorecer a surgimento de doenças respiratórias infecciosas, ou seja, aquelas causadas por microrganismos como vírus e bactérias. Caso você não esteja atento à higiene da casa, pode acabar exposto a doenças respiratórias imunológicas.

Elas ocorrem quando seu corpo tem uma reação exagerada, do ponto de vista imunológico, ao entrar em contato com aquilo que você tem alergia. “Mas você tem como prevenir com cuidados pessoais e cuidados no ambiente”, explica Yasser Jebahi, coordenador de Otorrino da Paraná Clínicas.

Em casa, as principais substâncias que podem desencadear alergias são ácaros, fungos, pelos de animais e mofo, explica o médico. Por isso, a limpeza correta da casa é fundamental para diminuir o contato com esses agentes. Isso implica tirar o pó das superfícies, limpar o chão e manter o ambiente sempre arejado.

Outro ponto de cuidado importante é a roupa de cama. Como nossa pele costuma descamar bastante, lavar lençóis e fronhas ao menos uma vez por semana é essencial para evitar o acúmulo de ácaros que se alimentam dessa descamação.

Vacinas são para já!

Não existe estação certa para as vacinas do calendário, mas a atenção para a prevenção de doenças mais comuns e com maior contágio no inverno aumenta nesta época, como a pneumonia e meningite, diz a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Renata Quadros. “O alerta fica para o aumento dos casos de doenças respiratórias e virais, como pneumonia, gripe e meningites, doenças para as quais há disponíveis mais de cinco tipos de vacinas”, diz ela.

Entre as doenças imunopreveníveis mais temidas está a meningite meningocócica, que é a infecção das membranas que recobrem o cérebro. Como explica Renata, o meningococo é transmitido por secreções respiratórias e da saliva durante contato próximo ou demorado com o portador, especialmente entre quem vive em uma mesma casa.

“E como no frio os ambientes ficam mais fechados e com menos circulação de ar, isso contribui para o aumento da circulação destas bactérias”, fala. Para esta doença há vacinas para os sorogrupos A, B, C, W e Y. “O sorogrupo B é hoje o mais predominante entre crianças. Em todas as faixas etárias é o segundo, atrás do C e à frente do W e do Y. O tipo A não ocorre mais no Brasil”, afirma Renata. Ela complementa que, como as vacinas levam de 7 a 14 dias para imunização do organismo, o ideal é realizá-la o quanto antes.

Inverno aumenta risco de Covid-19

A chegada do inverno acende o alerta para o aumento nos casos de doenças respiratórias, como gripes, pneumonias, sinusites e, também, para a Covid-19. Pesquisadores da Fiocruz citam a possibilidade de agravamento da pandemia nas próximas semanas, pelo avanço do inverno.

Isso também acontece porque o tempo seco e frio favorece a maior aglomeração de pessoas, o que facilita a transmissão do coronavírus. De acordo com a médica infectologista Letícia Fiori Batista, em entrevista à Agência Brasil, em caso de aparecimento de qualquer sintoma que se associe a uma doença respiratória, como febre, coriza, tosse ou dor de garganta, é importante buscar uma avaliação médica.

Para diminuir os riscos, as orientações de cuidados são: vacine-se contra a Covid-19, caso esteja na sua vez; vacine-se contra a gripe [influenza]; use máscara; priorize locais abertos e ventilados; mantenha distância de outras pessoas; mantenha hábitos alimentares saudáveis e faça exercícios com regularidade.

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