A transição do berço pode trazer certa insegurança tanto para a criança como para os pais, mas essa fase não precisa tirar o sono de ninguém.
A transição do berço pode trazer certa insegurança tanto para a criança como para os pais, mas essa fase não precisa tirar o sono de ninguém.| Foto: Bigstock

Não importa se os pais preferem que o recém-nascido durma no mesmo quarto com eles ou se desde pequeno o filho dorme sozinho no próprio quarto. Em algum momento, normalmente mais perto dos 2 anos, o berço vai ter que ficar para trás.

Essa transição pode trazer certa insegurança tanto para a criança como para quem é responsável por ela. Mas essa fase não precisa tirar o sono de ninguém.

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Não existe nenhuma regra específica sobre a idade exata ou limite para que a criança passe a dormir sozinha, na cama. De acordo com Ana Paula Franz, educadora parental em sono infantil e disciplina positiva, os berços de hoje, de tamanho normal, comportam uma criança dormindo confortavelmente até que ela complete 3 anos de idade. A educadora recomenda, porém, que 6 meses antes disso a criança já passe a dormir na cama.

Ana Paula defende que se considerem bebês os filhos com até 1 ano de idade. Depois disso, já são crianças, têm cada vez mais independência.

“Perto dos 2 anos, 2 anos e meio, normalmente estão no desfralde e eles odeiam ser comparados a bebês porque já têm mais consciência”, diz ela. É por isso que mesmo que o berço ainda tenha espaço de sobra, mudar para a cama é importante nessa etapa.

A educadora também ressalta que não orienta os pais a tirarem os filhos do berço muito antes dessa idade, porque eles ainda não têm maturidade para lidar com a falta de limite espacial da cama. “A chance desse bebê que já engatinha ou caminha acordar e ficar saindo da cama é grande. E isso acarreta tanto em perda do sono quanto na segurança da criança”, destaca.

Desenvolvimento

Para que a transição seja feita com tranquilidade essa mudança deve levar em conta vários fatores, diz Gyslaine Souza Nieto, pediatra chefe da UTI do Hospital e Maternidade Brígida, da Clinipam-GNDI.

“Tem que ver como foi o desenvolvimento desse bebê, como está a amamentação, a distância entre os quartos, se há monitoramento com babá eletrônica ou não e a própria sensação de segurança dos pais”, afirma. A médica reforça que atrasar muito essa transição pode interferir no sono de toda a família.

Com relação à cama, não existem normas técnicas como as que são recomendadas pela Academia Brasileira de Pediatria no caso dos berços. “A cama pode ser de solteiro, de uma altura normal, ou no chão, como a montessoriana, depende da linha educacional e psicológica que os pais seguem”, explica a pediatra. Uma grade na lateral ou almofadas no chão previnem acidentes, caso os pais acreditem que a cama mais alta seja perigosa.

O quarto, segundo Ana Paula, deve ser escuro, sem luz alguma durante a noite, para que a criança tenha um sono tranquilo. Ela lembra que nessa fase muitas delas começam a ter medo, por isso os pais têm o costume de deixar a luz do abajur acesa. Nesses casos, a orientação é que seja uma lâmpada de luz vermelha, que é a única que não atrapalha.

Higiene do sono

Outra recomendação é fazer a chamada higiene do sono. Uma hora antes de ir pra cama, evite aparelhos eletrônicos como celulares e tablets e não faça atividades que deixem a criança muito agitada.

Gyslaine também indica um banho morno para relaxar e o principal: tentar dormir sempre no mesmo horário. Assim o organismo da criança vai se acostumando com uma rotina de sono.

A ideia é dar autonomia para a criança, por isso Gyslaine enfatiza que caso o filho acorde no meio da noite, não vá para cama dos pais. Ela indica que alguém vá até o quarto da criança para que ela volte a dormir.

Por mais difícil que seja, Ana Paula reforça que os pais precisam entender que os filhos crescem. “O caminho natural é o filho ir aprendendo a se virar sozinho. Autonomia é afastamento do ninho”, relembra.

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