Perfil com o nome Jonathan Galindo teria surgido no México e chegou ao Brasil recentemente, assustando crianças e adolescentes
Perfil com o nome Jonathan Galindo teria surgido no México e chegou ao Brasil recentemente, assustando crianças e adolescentes| Foto: Reprodução/ Facebook

Depois do jogo Baleia Azul e da aterrorizante boneca Momo, uma nova ameaça ronda crianças e adolescentes que usam as redes sociais. Um alerta da Polícia Civil (PC) e do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) pede que pais e responsáveis fiquem atentos a perfis que têm aliciado menores e espalhado mensagens que podem, inclusive, induzir ao suicídio.

Segundo a polícia, as páginas têm o nome de "Jonathan Galindo" e exibem a foto de um homem usando um tipo de máscara de cachorro, que lembra muito o personagem "Pateta' dos desenhos animados. Por isso, o usuário foi apelidado de "Goofy" pelas autoridades.

“O perfil tem pouquíssimas postagens e desafia a criança e o adolescente a segui-lo de volta e enviar uma mensagem privada. Feito isso é só esperar o retorno dele, que se dá por meio de textos, vídeos, áudios ou até mesmo de uma ligação por vídeo ao vivo”, disse a delegada Patrícia Zimmermann D’Ávila, coordenadora da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Santa Catarina. Segundo a delegada, nessas conversas, os criminosos ameaçam, intimidam e chantageiam os menores. Há, também, a preocupação de estejam orientando os pequenos usuários sobre “técnicas” de suicídio.

Patrícia explicou que "Goofy" teria surgido em 2017, em países latinos (especialmente no México) e migrado, recentemente, para o Brasil. "Eles criam um perfil que seja atrativo, com uma boa escrita, uma boa fala, algo que chame a atenção. Aos poucos vão ganhando a confiança, como se fossem seduzindo esse adolescente, e aí fica fácil para praticar os demais atos”, afirmou a delegada.

Ainda segundo ela, nenhum boletim de ocorrência foi registrado até o momento, mas o trabalho da polícia tem sido de prevenção. "Os pais têm que entender que deixar uma criança ou um adolescente navegar sem supervisão nenhuma na internet é a mesma coisa que abandoná-lo em uma via pública de madrugada", ressaltou.

Proteção

Já a desembargadora Rosane Portella Wolff, da Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (Ceij) do TJ-SC, revelou que foi por meio de uma iniciativa da pasta – o projeto "Conhecer para se proteger" – que foi possível fazer a verificação dos perfis de Goofy no Brasil. "Tudo começou com a informação de um pai que nos disse que o filho estava muito assustado com essa história. Nós temos o projeto desde o ano passado e fomos atrás, acionando o Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) do TJ", disse Rosane.

Segundo a desembargadora, o projeto é uma parceria entre o Tribunal de Justiça, a Polícia Civil e a Secretaria de Educação de Santa Catarina e tem o objetivo de implementar iniciativas de prevenção e combate aos crimes cibernéticos cometidos contra crianças e adolescentes.

"A gente procura fazer orientação aos pais para que conversem com os filhos, expliquem sobre a questão da privacidade, usem filtros de segurança de conteúdo e imponham limites quanto ao uso de dispositivos. O que está acontecendo, por meio de muitos aplicativos, é a criação de diversos perfis que acabam levando a vários riscos, como redes de pedofilia e ciberbullyng", sustentou.

Deixe sua opinião