Nomear o que está sentindo é uma ferramenta importante para o diálogo e a comunicação é a base para construir a segurança emocional.
Nomear o que está sentindo é uma ferramenta importante para o diálogo e a comunicação é a base para construir a segurança emocional.| Foto: Bigstock

Ensinar o que é certo ou errado, alimentar, garantir a segurança, o estudo... além de, claro, amar incondicionalmente. São inúmeras as funções dos pais que resolvem formar uma família com filhos.

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E entre os mais diversos tipos de conhecimento que devem ser repassados às crianças, falar sobre os sentimentos é fundamental para que elas tornem-se emocionalmente seguras, uma característica tão importante nos dias de hoje.

O primeiro passo é o autoconhecimento. De acordo com a psicóloga Thayane Leonardi, o casal precisa conhecer as próprias emoções e entrar em contato com elas. “Precisamos entender que não existem emoções boas ou ruins, todas são necessárias”, afirma. Nomear o que está sentindo é uma ferramenta importante para o diálogo e a comunicação é a base para construir a segurança emocional.

Outro aspecto fundamental, segundo Thayane, é o senso de autorresponsabilidade. “Eu tenho que dizer o que eu sinto sem culpar o outro. Não é pensar 'você é que me deixa triste'. É, sim, dizer 'eu me sinto triste quando'”, explica ela, ao dar um exemplo sobre como conversar com o companheiro de maneira assertiva. Esse tipo de comportamento do casal é o que servirá de exemplo para os filhos.

Ser exemplo

As crianças aprendem muito mais pelo que vivenciam do que pelo que é dito a elas. “Não adianta querer que o filho coma saudável se você não come. Com os sentimentos é a mesma coisa”, avisa.

Thayane acredita que do mesmo jeito que os pais ensinam várias palavras, eles também devem falar sobre as emoções e, principalmente, ouvir o que as crianças têm a dizer. “Não podemos invalidar o sentimento das crianças. Um medo da criança pode ser irrelevante pra você, mas pra ela é muito grande”, exemplifica. A escuta acolhedora e ativa transmite segurança para que os filhos se sintam à vontade para abordar os pais e conversar sobre assuntos mais delicados.

O contato físico e visual também faz o outro se sentir mais amparado, diz Thayane. Essa disponibilidade de atenção é fundamental para construir uma relação que servirá de porto seguro ao longo da infância, adolescência e até da vida adulta.

O poder das palavras

Não conversar com as crianças sobre problemas, com o argumento de que assim irá protegê-las, não é algo positivo. A segurança está relacionada, também, com lidar com a realidade e a frustração. “Temos que sempre trazer a verdade e deixar que os filhos se decepcionem para que saibam lidar com isso. Na vida, encaramos diversos desafios”, reforça a psicóloga. A segurança emocional fortalece a autoestima, essencial para lidar com esses momentos.

Outra orientação é não falar mal do marido ou da mulher, ou da família de um e do outro, para os filhos, porque isso compromete a organização psíquica da criança.

Críticas e cobranças em excesso alimentam a insegurança e também devem ser evitadas. A psicóloga sugere, ainda, que as características de cada pessoa da família sejam sempre respeitadas, assim como as limitações individuais. “Cada pessoa é única. Responsabilize seus filhos por atitudes negativas, mas ressalte e reconheça quando fazem algo de bom”, conclui.

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