Os pais devem estar atentos a sinais apresentados pelo filho com duas ou três semanas de vida, como os gases, porque pode ser cólica
Os pais devem estar atentos a sinais apresentados pelo filho com duas ou três semanas de vida, como os gases, porque pode ser cólica| Foto: Brytny.com/Unsplash

Nas duas primeiras semanas de vida, o pequeno Gael chorou pouco e mamou bastante, trazendo alívio aos familiares que cuidavam dele. No entanto, bastou completar 15 dias para que os chorinhos se transformassem em gritos de dor sempre no mesmo horário do dia e trouxessem desespero a quem estivesse por perto. “Aí a barriguinha ficava estufada, a respiração super ofegante e ele não conseguia mais mamar direito”, conta a avó Gilsonia Vicente Oliveira, convicta do diagnóstico do neto: “era cólica”.  

Assim como ela, a comerciante Thais Bonetto também percebeu a mudança repentina na filha Bianca, viu a recém-nascida se encolhendo enquanto chorava e tentou todas as opções possíveis para acalmá-la. “Fiz massagem na barriga, coloquei em prática a técnica da bicicletinha, virei de bruços e até fiz uma almofada para cólicas, mas nada dava certo”, relata a paranaense, que precisou buscar ajuda médica para resolver o problema. “Só depois de tomar remédio é que as cólicas passaram e não sofremos mais com isso”.

De acordo com a pediatra Patrícia Rozetti, isso acontece porque cada criança reage de forma diferente nas primeiras semanas após o parto e não há como saber quem estará livre da crise ou quais procedimentos serão eficazes para aliviar o desconforto. “Principalmente porque ainda não se sabe ao certo o que causa as cólicas e nem como elas acontecem”, explica.

Por isso, o ideal é que os pais estejam atentos aos sinais apresentados pelo filho com duas ou três semanas de vida – como barriga inchada, gases, movimentos de esticar e encolher as pernas ou ficar com o rosto vermelho enquanto chora. “Aí vocês poderão massagear a barriguinha, fazer compressa morna ou colocar uma música para acalmar o ambiente”, sugere a especialista, que percebe como o estresse da família agrava o quadro. “Afinal, quando os pais estão tranquilos, conseguem manejar melhor a criança e ela responde a isso”.

E vale ressaltar que nem todo choro do bebê é cólica. Então, se a família perceber que a situação se tornou frequente, será necessário buscar um especialista para confirmar o diagnóstico. “Isso porque as dores abdominais costumam incomodar por minutos ou até algumas horas, mas no restante do tempo a criança deve estar feliz, mamando bem e se desenvolvendo”, aponta Patricia, ao indicar que o choro incessante pode ser um alerta para outras doenças, como refluxo, infecção urinária ou alergias.

E a dieta da mãe influencia nas cólicas?

Outro ponto que gera confusão é a alimentação da mãe neste período, pois o que ela ingere garante nutrientes necessários ao bebê e aumenta a imunidade da criança por meio da amamentação. No entanto, não há estudos que confirmem a influência do alho, cebola, repolho ou do feijão no desenvolvimento das cólicas, como é comum ouvir por aí. “Ou seja, a alimentação da mãe não deve ser restritiva, mas saudável”, orienta a especialista.

Com isso, a única situação em que a mulher deve evitar determinados tipos de alimento é nos casos em que seu filho desenvolva alguma alergia, como à proteína do leite de vaca, por exemplo. “Mas são casos especiais que devem passar pelo pediatra”, garante a médica, ao citar que as cólicas ocorrem por situações fisiológicas do bebê e que isso faz parte do crescimento.

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