É importante ter em mente que essa fase é passageira e que cada criança é diferente da outra. Mas algumas rotinas podem ajudar.
É importante ter em mente que essa fase é passageira e que cada criança é diferente da outra. Mas algumas rotinas podem ajudar.| Foto: Bigstock

Com quase 4 meses, a rotina noturna da bebê Diana começa com um banho relaxante, segue com músicas tranquilas, amamentação em um ambiente com luz baixa e um sono bem gostoso por volta das 21 horas. Só que, assim que seus pais conseguem acompanhá-la, a menina decide acordar. “Ela dorme até meia-noite e, a partir desse horário, desperta a cada duas horas”, relata a analista fiscal Carla Gomes, que enfrenta o mesmo drama de diversas famílias com bebês. “Estou exausta”, desabafa.

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Segundo o neuropediatra Anderson Nitsche, isso acontece porque todo recém-nascido precisa da amamentação frequente para se desenvolver. “Então, as mamadas são solicitadas pelo próprio bebê a cada duas ou três horas durante o primeiro trimestre”, afirma o especialista do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. “Depois, esse período entre mamadas aumenta aos poucos até a criança começar a dormir oito horas seguidas em algum momento entre 12 e 18 meses de idade”.

Além disso, situações como desconfortos intestinais, nascimento dos dentes e os saltos do desenvolvimento também alteram o sono dos pequenos no primeiro ano de vida, dificultando o sono da família por meses. “O resultado são alterações nas funções do organismo dos pais, que podem apresentar mau humor, esquecimento e deixar a mãe deprimida”, informa o especialista em medicina do sono Fernando Cesar Mariano. “Afinal, dormir é essencial, assim como comer, beber água e praticar atividades físicas”.

E isso é perceptível no dia a dia da analista Carla Gomes. Sem uma noite tranquila desde o início de abril, ela fica irritada com frequência, apresenta dificuldade de concentração e até sofre lapsos de memória. “Percebo que meu raciocínio está lento nesse período e até formar frases simples se tornou algo difícil devido ao esquecimento de palavras”, desabafa a paulista.

Esses sintomas sinalizam cansaço extremo de mães como ela e, por isso, o especialista afirma que a rede de apoio é essencial para garantir a saúde dos pais nesses primeiros meses de vida do bebê. “Se um amigo ou familiar puder ficar um pouco com a criança, pai e mãe podem aproveitar esse tempo para tirar uma soneca”, orienta o especialista do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), ao sugerir que o ambiente esteja escuro para que o sono tenha mais qualidade.

Outra dica, segundo ele, é aproveitar os momentos de descanso do bebê para dormir também, mesmo que a lista de atividades para realizar seja bem extensa. “Aí, se a mãe estiver muito preocupada e não conseguir pegar no sono, ela pode fazer um ritual de relaxamento com meditação e respiração profunda”, indica Fernando, que lembra também da importância de cuidar da alimentação e de se expor à luz solar com frequência, principalmente ao ar livre.

Por fim, ele garante que os pais devem ter em mente que essa fase é passageira e que cada criança é diferente da outra. “Então, evite comparações com outras mães e procure conversar com quem está enfrentando a mesma situação que você”, garante. “Afinal, isso é algo universal, mas também é uma fase que passa, acredite!”, finaliza.

Dicas para a rotina de sono do bebê

  1. Quando escurecer, reduza o ritmo da casa, apague as luzes e baixe o som dos aparelhos eletrônicos e das conversas.
  2. Cerca de duas horas antes do horário do bebê dormir, inicie a rotina noturna com banho, troca do pijama e higiene dos dentes.
  3. Leve o bebê para o quarto para conversar tranquilamente, orar, cantar uma música de ninar, ler um livro ou contar uma história sobre a família.
  4. Dê um beijo de boa noite, apague as luzes e crie um ambiente de sono para que o pequeno perceba essa sequência de atividades e crie o hábito de dormir depois delas.
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