É fundamental compreender o papel de pais e filhos, porque a relação não pode ser muito próxima, como uma amizade.
É fundamental compreender o papel de pais e filhos, porque a relação não pode ser muito próxima, como uma amizade.| Foto: Bigstock

Pais permissivos demais quase nunca dizem não e criam filhos, normalmente, com dificuldade de respeitar regras. Pais autoritários demais, em contrapartida, muitas vezes suprimem a personalidade das crianças, que se moldam ao que eles querem e não desenvolvem habilidades próprias. Não tem como ser só uma coisa ou só outra e encontrar um meio termo pode ser o caminho mais tranquilo para que cada um entenda que papel exerce em casa e diante da família.

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Nenhum filho é igual ao outro, não importa como se dá a criação. Cada pessoa tem suas próprias características e faz escolhas por isso a psicóloga Thayane Leonardi afirma: “Cada pessoa é única. A gente não pode esperar que o que foi bom pra um vai ser bom para o outro”. O ambiente em que uma criança cresce, porém, é importante para determinar que tipo de adulto será.

Hierarquia familiar

É fundamental, na opinião da psicóloga, que os pais compreendam o papel que têm. A relação com os filhos pode ser muito próxima, mas não a ponto de ser uma amizade. “Cada um ocupa um lugar na família. Tem filho que se acha maior que pai, mulher que se acha mãe do marido e não esposa”, destaca. Essa dinâmica acaba sendo confusa e atrapalha o desenvolvimento saudável de todos.

Letícia Junqueira, psicóloga da Clinipam/GNDI, concorda que deve haver uma hierarquia. Os filhos não podem estar em uma posição de igualdade com os pais, de acordo com ela. “Os filhos não podem decidir tudo o que querem até porque criança precisa de orientação e de ajuda”, esclarece. E é justamente esse papel de educar e de orientar que não deixa a situação cair no autoritarismo puro e simples, já que não deve haver submissão e sim uma construção conjunta.

Equilíbrio

O estilo de pais participativos é o que se enquadra na vertente de disciplina positiva, uma abordagem que apoia e incentiva, mas dá uma supervisão firme a respeito daquilo que a criança pode ou não pode fazer. “Tem disciplina em casa mas também tem autonomia pra que o filho tenha certa independência. Não é superproteção e nem negligência”, diz Letícia.

Claro que na teoria é simples descrever uma maneira ideal de criar os filhos, mas os benefícios da disciplina positiva são inúmeros, destaca a psicóloga. “São crianças competentes, com boa autoestima, boas habilidades sociais, mais otimistas e resilientes e até um bom desempenho escolar”, aponta ela.

Letícia ressalta que não dá pra acertar o tempo todo e que nem sempre o equilíbrio acontece, mas ela dá dicas de como exercer essa função: estar disponível para a criança, dar exemplo, estimular o respeito e o encorajamento. E se surgirem dúvidas ao longo do processo, tudo bem também. Leitura, internet e rede de apoio dos amigos são importantes nessas horas. O essencial é conseguir passar para os filhos que em casa eles estão seguros e que sempre serão amados.

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