Escolher é condição da vida do ser humano. Decidir entre o certo ou precisar ajustar a rota tornará o adolescente um adulto mais maduro.| Foto: Bigstock
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A adolescência é um período que marca a transição entre a infância e a idade adulta. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse ciclo inicia aos 15 anos e termina aos 19. E é uma fase de muitas mudanças, decisões e dúvidas, para filhos e pais.

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Para os pais, pode ser um tempo desafiador e exigente. Já pata os adolescentes, em meio a um turbilhão de incertezas, é o momento de se deparar com algumas escolhas importantes. Nesse momento, os pais têm a responsabilidade de auxiliar os filhos a tomar boas decisões, mas também, de não resolver por eles.

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A mãe de uma adolescente de 15 anos, Noeli Marchi, acredita que antes de ajudar nas escolhas, ela busca fazer com que a filha Ana Clara perceba que pode contar com o auxílio dela e do marido. “Busco conversar com ela sobre as consequências de cada decisão que realizamos na vida, desde as mais simples até as mais importantes, e dar exemplos pessoais de experiências boas e não tão boas que já vivemos. Tentamos orientar nossa filha a buscar o equilíbrio e o bom senso”.

A psicoterapeuta Gleice Justo explica que, para que um adolescente consiga decidir entre o certo e o errado, é necessário que os pais tenham construído valores e princípios fortes, desde a infância. Com isso, há uma maior chance desse adolescente fazer as próprias escolhas e saber lidar com as consequências. A especialista indica que os pais ajudem nesse processo quando os filhos ainda são crianças.

“Ajude os seus filhos a tomarem decisões, desde as mais simples, ainda crianças. Dar opção de qual dos dois casacos vestir, é um exemplo. Isso irá ajudar a criança a perceber opções e compreender o que tem de fazer. Além disso, busque ensinar a lidar com as consequências mesmo dessas pequenas decisões. Se levou uma boneca a um lugar e se cansou depois de um tempo, irá precisar carregar o brinquedo. Ensinar a criança a lidar com pequenos sofrimentos ajuda a ter um adolescente mais consciente, que sabe lidar melhor com a realidade e que faça boas escolhas”, orienta Gleice.

A mãe da Ana Clara, Noeli Marchi, também considera que o auxílio nas decisões é algo construído já na infância. Segundo ela, os pais são os primeiros a dar o exemplo aos filhos na transmissão de valores, como a integridade, gratidão, confiança, generosidade e caridade. “Se eles foram influenciados de maneira positiva desde pequenos, certamente, irão chegar à adolescência muito mais seguros e confiantes de si mesmos. Consequentemente, serão adultos assim também”, evidencia.

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Futuro profissional

A psicóloga Claudia Weigert destaca que os pais podem ajudar na busca do autoconhecimento do filho. Contudo, uma decisão que pode gerar conflitos entre pais e filhos é a escolha do curso da faculdade. Nesse momento, os pais devem instigar os adolescestes a analisarem o que gostam, habilidades, competências e aspirações únicas. “Um bom curso para os pais pode não ser um bom curso para os filhos”, complementa a especialista.

Há um antigo pensamento que a profissão escolhida deve ser única e até o final da vida. E isso pode assustar muitos jovens, especialmente desta geração em diante. Dessa forma, além de dar apoio na escolha, os pais precisam lidar bem com o possível fracasso. “Lidar com o suposto fracasso do filho pode ser muito difícil para alguns pais, mas os filhos precisam ter espaço para acerto e também para o erro. Precisamos criar um espaço seguro para que eles se arrisquem em suas escolhas”, afirma Claudia.

Diante de uma dificuldade, muitos pais querem tomar a frente e decidir, porém, a frustração faz parte do amadurecimento do adolescente. “Escolher é condição da vida do ser humano. Decidir entre o certo ou precisar ajustar a escolha nos torna adultos mais maduros e com melhores condições para escolher futuramente”, finaliza Claudia.