Dizer adeus à chupeta é uma missão que envolve não só os pais, mas pediatra, psicólogo, fonoaudiólogo e dentista.
Dizer adeus à chupeta é uma missão que envolve não só os pais, mas pediatra, psicólogo, fonoaudiólogo e dentista.| Foto: Arie van Ravenswaay/Pexels

Ao lado do desfralde e do desmame, deixar a chupeta também pode ser uma despedida complicada (a gente sabe). Mas, se o seu filho já passou dos 2 anos e continua “grudado no bico”, chegou a hora de agir! Veja, agora, algumas dicas que vão te ajudar nesse processo.

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“É principalmente nessa fase que os problemas anatômicos começam a aparecer, como má-formação da arcada dentária, dificuldade para respirar e comprometimento da fala”, alerta o médico Armando Salvatierra, responsável pelo Departamento de Puericultura e Aleitamento Materno da Sociedade Paranaense de Pediatria.

Pelo que afirma, no entanto, dizer adeus à chupeta é uma missão que pode envolver não só o pediatra, mas outros especialistas, como psicólogo, fonoaudiólogo e dentista, além de exigir “jogo de cintura” dos pais. “Via de regra é algo simples. Mas tem que ser feito de forma pacífica e natural, sem traumas ou outras consequências ruins”, orienta.

Conforme avalia a médica pediatra Luci Pfeiffer, do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, assim como a criança tem a hora certa para usar a chupeta durante o dia, ela também tem um tempo certo para deixar de usar. “A fase oral [em que o bebê tem necessidade de sucção e descobre o mundo pela boca] termina perto dos 2 anos. Então, progressivamente, a partir de um ano e meio, mais ou menos, essa chupeta tem que ser tirada do bebê. Estar cada vez menos disponível”, recomenda.

Segundo a pediatra, se a chupeta é mantida, acaba se tornando um vício. “As crianças que mais acabam sendo viciadas são aquelas em que já houve o mal costume, aquelas em que a chupeta foi trazida como um apoio quando estava angustiada, com medo, com dor. E não pode ser assim”, aponta.

Hora da verdade

Mas como fazer isso de forma tranquila e prática? Você deve estar se perguntando. Da forma mais eficaz que existe: conversando. “A estratégia mais indicada hoje em dia é o diálogo, porque mesmo que não pareça, a criança acaba entendendo”, diz o doutor Armando Salvatierra ao enfatizar: “se o pai ou a mãe olha diretamente nos olhos da criança e vai explicando paulatinamente que a chupeta não faz bem, que precisa ser deixada, ela vai entender”.

“É hora de conversar, de explicar para a criança o que pode acontecer e os acordos funcionam bem. Vamos até tal dia. Você não precisa mais”, acrescenta Luci. Outra tática preconizada é a da troca. “Você pode reunir todas as chupetas da casa e trocá-las por um brinquedo, por exemplo”, sugere Salvatierra. “Entregar” as chupetas ao Papai Noel ou ao Coelhinho da Páscoa também costuma funcionar bem, garantem os especialistas.

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