Crianças são mais adaptáveis a mudanças do que os adultos, e na interação com os pares elas vão achar meios de lidar com a situação
Crianças são mais adaptáveis a mudanças do que os adultos, e na interação com os pares elas vão achar meios de lidar com a situação.| Foto: Ashton Bingham/Unsplash

Após um longo processo de adaptação e com o ensino à distância fluindo em casa, muitos pais têm se perguntado se depois de tanto tempo “isolados” os filhos vão saber socializar novamente. Será que vão lembrar o que significam conceitos como respeito, cooperação e empatia e colocá-los em prática para conviverem bem com os coleguinhas? Eis a questão.

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Para as especialistas ouvidas pelo Sempre Família, sim. É claro que todo processo de mudança exige um empenho maior no começo, mas nada que justifique pânico. “A socialização mesmo vai acontecer a partir do Fundamental I (6, 7 anos). Nas crianças menores, é natural que ela nem aconteça de forma efetiva”, acalma a doutora em Educação e coordenadora do curso de Psicopedagogia da PUC-PR, Evelise Portilho.

Ela lembra, ainda, que as crianças são muito mais maleáveis do que nós adultos e que, mais do que ninguém, querem voltar às salas de aula. “Eu percebo que para as crianças que já convivem e interagem entre si é justamente da convivência com os outros que elas estão sentindo falta. Portanto, o retorno não deve ser motivo de preocupação, afinal, se há uma coisa que a escola faz bem é o contato com o outro”, afirma.

Christianne Storrer de Oliveira, especialista em Neuropsicologia e membro da Comissão de Psicologia Escolar e Educacional do Conselho de Psicologia do Paraná (CRP-PR), também considera que “é na interação com os pares que a criança vai desenvolver as suas habilidades sociais e emocionais para lidar com conflitos” – o que reforça a tese de que não há com o que se preocupar.

“Vai ser esquisito voltar. A gente está em um processo de fazer tudo dentro de casa e logo a rotina vai ser outra, nós vamos sair de novo. Só que para sair, haverá um protocolo sanitário que precisará ser cumprido. Mas, eu vejo que é uma questão de tempo. As crianças, quando bem orientadas, têm uma flexibilidade grande e uma probabilidade enorme de ter sucesso nesse retorno”, avalia.

Sem baque

Outro ponto importante a se considerar é que as crianças não deixaram de praticar técnicas de convívio saudável durante a quarentena. É na família que elas se desenvolvem em primeiro lugar e onde exercitam características essenciais para a socialização, como o respeito às regras, o autocontrole e a solidariedade.

Para quebrar o gelo

E se você quiser encurtar a distância entre o seu filho e os coleguinhas dele, a fim de evitar aquele baque inicial do reencontro, use a internet a seu favor. Faça videochamadas e promova rodas de conversa, jogos, brincadeiras e campeonatos online para manter as conexões que ele já criou. Isso vai ajudar bastante!

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