10 dicas para lidar com as primeiras vezes em que seu filho adolescente sai à noite
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A liberdade e autonomia são competências que o adolescente precisa construir de forma progressiva. Os pais são mediadores nesse caminho, ajudando-o a se desenvolver – e isso inclui o estabelecimento de limites e a confiança no diálogo e nos acordos realizados entre pais e filhos. Um momento importante desse processo é quando o filho, na adolescência, começa a sair de casa à noite com os amigos. Confira essas dez dicas para lidar bem com essa etapa:

 

  1. Coerência e parceria entre pai e mãe

É necessário adotar uma posição comum sobre o assunto. Ainda que discordem em alguns aspectos, algum nível de compromisso comum deve existir, de modo que a mensagem chegue clara e consistente ao filho – e não seja motivo de rivalidade entre os pais. A responsabilidade pelo filho deve ser assumida de forma conjunta e cooperativa pelos pais. Deve-se evitar situações em que um deles fique completamente à margem, de modo que a permissão para sair dependa apenas do outro.

 

  1. Ambiente de diálogo

Adiar a decisão até algumas horas ou minutos antes da saída é um erro. Pode ter certeza de que aquelas mensagens de última hora – “Não beba! Não volte tarde!” – não têm utilidade nenhuma e podem ser até mesmo contraproducentes. O ambiente familiar deve ser de diálogo e não de evasão e isolamento. Assim, deve-se escolher aquele momento propício para falar sobre o assunto, em que tanto os pais quanto os filhos disponham da atenção e do tempo suficiente para dialogar com serenidade.

 

  1. Boa comunicação

Lembre-se de que, para compreender bem um filho adolescente, é preciso ir além do que ele se dispõe a dizer. Tente entender como está o contexto da vida dele e preste atenção a olhares, gestos, emoções e silêncios. E, claro, cuide da sua maneira de falar. Evite longos sermões e prefira expressões que denotem que você realmente quer entendê-lo, quer estabelecer um diálogo com ele. Alguns exemplos: em vez de perguntar: “Você acha que esse lugar onde vocês vão é seguro?”, pergunte: “O que você acha desse lugar?”; em vez de dizer algo como: “Esse lugar não presta”, diga: “Eu acho que esse lugar não é bom”. E não esqueça: expresse claramente o comportamento que espera dele e jamais o rotule com frases como: “Eu tenho medo que você se meta em alguma confusão, como sempre”.

 

  1. Firmeza diante da chantagem emocional

Uma coisa é estar bem consciente dos seus próprios limites e dos possíveis erros que você pode cometer na educação dos filhos. Outra é ceder à chantagem emocional que um adolescente pode fazer com frases como: “É que você não confia em mim” ou “os outros pais deixam fazer isso”. Não se deixe levar por cutucadas assim. É comum que, ao dizer que todos os jovens fazem isso ou aquilo, o adolescente esteja se referindo a três ou quatro amigos seus. E mesmo que boa parte dos pais permitam certo comportamento, não é necessário que as normas e os limites educativos sejam os mesmos em todas as famílias.

 

  1. Saber tudo o que vai acontecer

Saiba o máximo possível o que vai acontecer na saída. Peça ao seu filho que lhe conte o que ele vai fazer e peça detalhes – não de forma hostil, mas se interessando pela vida dele. Pergunte sobre todos os lugares em que ele vai e todas as pessoas que estarão com ele. Saber direitinho o que vai acontecer e como é o ambiente em que o seu filho estará facilitará o diálogo sobre as normas e os limites necessários. Será possível dar regras razoáveis, claras e suficientemente flexíveis.

 

  1. Hora clara de voltar para casa

Dependendo do modelo da educação que você dá aos seus filhos, o horário de voltar para casa poderá ser mais cedo ou mais tarde. Mas uma coisa é necessária: ele precisa ser claro. Isentar-se não dá a impressão de neutralidade ou democracia, mas de permissividade e desinteresse. Ele ainda é um adolescente, quando for um jovem adulto, aí sim isso poderá ser entendido como reconhecimento de sua autonomia. Os pais precisam ajudar a desenvolver essa autonomia por etapas – a hora de retorno à casa também deve refletir isso, podendo se prolongar e se flexibilizar mais conforme o seu filho cresce e demonstra responsabilidade.

 

  1. Segurança no transporte

O meio de transporte usado para voltar para casa também deve ser um ponto claro no diálogo. O critério maior, claro, é sempre a segurança. Por isso, além de circunstâncias que variam conforme o local em que você mora e o horário da saída, uma coisa é clara: o adolescente não pode entrar no carro de um desconhecido e nem em um veículo dirigido por alguém sob efeito do álcool ou de drogas.

 

  1. Responsabilidade financeira

As crianças e adolescentes só aprendem a administrar o dinheiro com responsabilidade se dispuserem de quantidades pequenas de forma regular. Entender como usar a quantia semanal ou mensal que você lhe dá o ajuda a desenvolver o seu senso de responsabilidade. Essa é uma questão que deve ficar clara quando o assunto são as saídas noturnas.

 

  1. Realismo com os riscos

Saídas noturnas, como quase tudo na vida, tem seus riscos. Exposição à insegurança, a drogas, ao álcool, a comportamentos nocivos, etc. Os pais precisam ser realistas, tanto no sentido de que precisam saber que não conseguirão suprimir todos os riscos, quanto no sentido de alertar sobre eles. Mas não basta listá-los em um tom moralizante. É preciso favorecer que o adolescente adquira a capacidade de discernir os riscos e saber fazer boas escolhas.

 

  1. É tudo uma questão de confiança

Tudo isso poderia ser resumido no seguinte: o seu filho precisa ter – e perceber que tem – pessoas ao seu redor em quem ele pode confiar e que demonstrem que o amam incondicionalmente, mesmo que ele cometa algum erro; pessoas que ele tenha como modelo de seu comportamento e com as quais ele sabe que pode aprender a ser uma pessoa mais madura; pessoas com as quais pode se abrir e contar tudo o que o assusta ou inquieta. Todo pai já disse ou pensou: “Mas eu só quero o seu bem”. Mas o seu filho realmente percebe isso e se sente mais seguro e confiante com as orientações que você dá? Isso se dá em um processo aberto, de diálogo, de confiança mútua e de crescimento gradual.

 

Com informações de La Familia.

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