Jaqueline Piza achava que só gente mais velha pegava Covid-19 e não acreditava que pudesse ter de passar por isso.
Jaqueline Piza achava que só gente mais velha pegava Covid-19 e não acreditava que pudesse ter de passar por isso.| Foto: Arquivo pessoal

Aos 49 anos de idade Jaqueline Piza, autônoma, achou que já tinha enfrentado o maior desafio da vida dela. Uma cirurgia bariátrica para redução de estômago, feita muito tempo antes, complicou de todas as formas possíveis e imagináveis. “Tudo que podia dar errado, deu. Fiquei dois meses internada e quase morri”, revela.

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Só que nem de longe ela desconfiava que essas complicações não seriam tão graves como a que ela passou em outubro do ano passado. Diagnosticada com Covid-19, ela precisou ser internada. “Eu achava que só gente mais velha pegava essa doença. Nem acreditava que iria passar por isso”, conta. O vírus foi cruel. “Eu tive trombose, pneumonia, bactéria, infecção hospitalar. Eu tenho asma e pressão alta. Até de traqueostomia eu precisei”, lembra Jaqueline.

Quando pensa no período em que passou lutando contra o coronavírus, Jaqueline descreve momentos muito difíceis. “Eu ligava para casa e falava para o meu filho e o meu marido que eu ia morrer. Foi desesperador. Eu nunca sofri tanto na minha vida”, diz. À medida que o tempo passava, o corpo dava sinais de piora. Em todo o período que ficou internada, ela perdeu 20 quilos.

Vitória

Seis meses após sair do hospital, Jaqueline segue com sessões de fisioterapia em um dos pés, mas comemora não ter sequelas no pulmão. Foto: Arquivo pessoal
Seis meses após sair do hospital, Jaqueline segue com sessões de fisioterapia em um dos pés, mas comemora não ter sequelas no pulmão. Foto: Arquivo pessoal

Mas, dois meses depois de dar entrada no hospital o que parecia impossível para a equipe médica, aconteceu. Jaqueline teve alta e foi pra casa, precisando apenas de oxigênio e muita fisioterapia, por ter perdido o movimento de um dos pés. O pulmão, que era a maior preocupação, ficou totalmente recuperado. “Eu não tive uma sequela no pulmão. Os médicos diziam que eu ia ter uma sequela muito séria, mas eu não tive nada”, comemora.

Agora, seis meses depois, as sessões de fisioterapia ainda são necessárias. Jaqueline não consegue dirigir, mas quase recuperou toda a força no pé. Falta pouco para que ela retome todas as atividades normalmente. Por enquanto ela tem se dedicado a um curso de ceramista para ocupar o tempo. Até porque, sair de casa ainda não é seguro, e ela teme contrair novamente a Covid-19.

Para quem ainda se arrisca, Jaqueline deixa claro: “Não é brincadeira, é uma doença terrível. Eu vivi de novo. Nunca imaginei passar por isso, mas conseguir vencer”. Ela também acredita que essa pandemia não aconteceu à toa e carrega uma mensagem. “É tanta desgraça que as pessoas deixaram a fé de lado. A gente sente falta do abraço, do calor humano. Precisamos de tudo isso para viver”, conclui.

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