Lucas Werneck recriou a escola em que estuda e esse exercício de reviver momentos felizes pode ser uma ótima forma de lidar com as incertezas trazidas pelo isolamento social
Lucas Werneck recriou a escola em que estuda e esse exercício de reviver momentos felizes pode ser uma ótima forma de lidar com as incertezas trazidas pelo isolamento social| Foto: Arquivo pessoal

Salas de aula, corredores, laboratórios, ginásio, biblioteca. Está tudo representado no ambiente virtual que Lucas Werneck, de 15 anos, criou. Aluno do 1º ano do Ensino Médio de um colégio particular de Curitiba, essa foi a forma que ele encontrou de rever os espaços que mais sente falta enquanto as aulas presenciais não podem ser retomadas.

As paisagens foram “erguidas” pelo estudante no jogo de videogame Minecraft, que permite a construção de cenários por meio de blocos tridimensionais. “Eu comecei pela fachada da escola e depois fui passando para os outros lugares”, conta Lucas. Segundo ele, a empreitada teve início no fim do mês de março e ainda há muito o que fazer. “Tem lugares que falta concluir. Quando eu terminar, quero mandar tudo para a escola como uma forma de homenagem”, declara.

O jovem também tem trabalhado na reprodução de espaços do entorno do colégio que fazem parte da rotina dele e dos amigos, como a padaria e uma pista de skate. “Eu sabia que ele gostava da escola, mas não imaginava que era tanto assim”, diz a mãe de Lucas, Fernanda Maulepes. Para ela, foi preciso a quarentena acontecer para entender, de fato, o lugar que o ambiente escolar ocupa na vida do filho.

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Prática saudável

Exercitar a memória afetiva para reviver momentos felizes pode ser uma ótima forma de lidar com o estresse e a insegurança trazidos pelo isolamento social. Segundo a psicóloga Cláudia Wiestel, supervisora de apoio escolar do Colégio Positivo - Jardim Ambiental, manifestar a saudade é uma das maneiras mais saudáveis de enfrentar períodos difíceis.

“O resgate das nossas lembranças boas é muito importante para o nosso desenvolvimento pessoal. É a partir delas, que a gente consegue dar um novo sentido para as coisas e lançar uma compreensão diferenciada sobre o que estamos vivendo agora”, ressalta.

A especialista indica, ainda, uma rotina organizada (com horários pré-estabelecidos para as atividades em casa) e a criação de momentos que gerem prazer e alegria em família para manter a estabilidade emocional de todos. “Os laços estão na base para formar a nossa memória afetiva. Todos os acontecimentos que envolvem questões emocionais positivas tendem a ser lembrados”, enfatiza.

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