Hirano e o bebê Charlie Gard. Divulgação
Hirano e o bebê Charlie Gard. Divulgação| Foto:

O médico norte-americano Michio Hirano, que havia proposto um tratamento experimental para Charlie Gard, examinou o bebê na semana passada e considerou que não há mais condições de realizar o experimento. Com o parecer de Hirano, os pais do bebê, Chris Gard e Connie Yates, decidiram nesta segunda-feira (24/07) dar fim à batalha judicial pelo tratamento.

Segundo Chris, Charlie não vai chegar ao seu primeiro aniversário, na próxima semana, dia 4 de agosto. “Nós decidimos que não é mais do melhor interesse dele continuar com o tratamento”, disse Connie. “Deixar o nosso lindo pequeno Charlie partir será a coisa mais difícil que já tivemos que fazer”.

O advogado do casal, Grant Armstrong, comunicou à suprema corte britânica que “o tempo de Charlie acabou” e que Hirano desistiu de oferecer o tratamento experimental ao bebê depois de ver os resultados de uma ressonância magnética realizada na semana passada. O estado de deterioração dos seus músculos é irreversível. Continuar a luta judicial, segundo o advogado, prolongaria a dor de Charlie. “Uma janela de oportunidade foi perdida”, disse ele.

Armstrong disse ainda que o casal quer dar início a uma fundação para que a voz de Charlie “continue a ser ouvida”. Eles arrecadaram 1,3 milhão de libras – o equivalente a mais de 5 milhões de reais – em uma campanha para custear o tratamento experimental.

Katie Gollop, advogada do Great Ormond Street Hospital, onde o bebê está internado desde outubro, disse que o coração de cada membro da equipe do hospital “vai junto com Charlie, sua mãe e seu pai”.

Horror: câmera escondida revela o que a indústria do aborto fala nos bastidores

Desde o início do processo, o hospital alegava que as funções neurológicas e musculares do bebê já estavam demasiado comprometidas a ponto de que qualquer tratamento não traria resultados e apenas prolongaria a dor de Charlie.

Não se conhece nenhum tipo de tratamento para a sua doença. Hirano propunha experimentar um tratamento, nunca antes testado com a doença do bebê, que ele havia desenvolvido para um paciente com uma doença parecida.

Para Connie, porém, a chance foi perdida com a demora da batalha judicial. “Sabíamos que o tratamento podia dar algum resultado em junho e o nosso pobre menino foi deixado no hospital sem tratamento enquanto se travavam batalhas no tribunal”, disse ela.

Na semana passada, o Congresso dos Estados Unidos havia concedido um visto de residência permanente a Charlie Gard e seus pais para que o bebê pudesse realizar em solo norte-americano o tratamento experimental proposto pelo médico.

Nicholas Francis, o juiz responsável pelo caso, disse que ninguém pode compreender a agonia do casal e que nenhum pai poderia ter feito mais do que o que eles fizeram. Segundo Francis, Chris e Connie estão preparados para aceitar que Charlie receba apenas cuidados paliativos e “possa morrer dignamente”.

“Ainda que o tratamento resultasse em algo, a sua qualidade de vida não seria aquela que desejaríamos para o nosso precioso garotinho”, disse Connie. “Só queríamos lhe dar uma chance. Muito tempo foi gasto. Desculpe porque não pudemos salvar você”.

As informações são da BBC.

***

Leia também:

***

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter.

Deixe sua opinião