Um relacionamento saudável entre pessoas adultas não pode abrir espaço para comportamentos infantis ou paternais. Mas essa situação é mais comum do que se imagina, principalmente no caso de mulheres que agem como “mães” de seus maridos.
O sinal mais comum desse comportamento é tratar o cônjuge como se ele fosse uma criança incapaz de fazer ou entender as coisas corretamente. De acordo com o jornal britânico Daily Mail, as mulheres passam em média três horas por semana refazendo as tarefas de serviço doméstico ou de cuidado com os filhos originalmente feitas por seus maridos.
O resultado foi obtido a partir de uma pesquisa realizada com 2 mil mulheres britânicas, que mostrou que pelo menos um em cada cinco homens não estão cientes de que fazem as tarefas de forma inadequada e que metade das mulheres prefere não criticá-los.
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Elas deixam de criticar por acharem que o que vale é a “tentativa” de o homem se envolver nas tarefas de casa ou porque simplesmente consideram-no incapaz de fazer melhor. Mais ou menos do mesmo modo como agiriam diante de um filho com seis anos de idade tentando – e não conseguindo – dobrar as roupas do armário.
A atitude mais madura nesses casos é não refazer as tarefas, deixando que o próprio homem perceba as consequências de ter, por exemplo, deixado os filhos acordados até tarde ou não ter arrumado a cama. Sim, isso não é fácil – o impulso da mulher nesses casos é repreender o marido por deixar as crianças acordadas e arrumar a cama de novo – mas é necessário.
A esposa precisa lembrar-se de que o marido é um adulto, capaz de pesar as próprias atitudes, decidir por si mesmo o que é melhor a fazer, e assumir as consequências do que faz, mesmo que se trate simplesmente de lavar mal a louça do jantar. Além disso, deixar de repreender o homem a todo momento melhora significativamente o relacionamento ao evitar discussões bobas – uma repreensão facilmente abre caminho para respostas irônicas ou provocativas.
Papéis
A relação pai/mãe e filho é a primeira forma de relacionamento social que aprendemos e por isso encontra-se interiorizada profundamente em cada pessoa. Assim, quando um marido ou uma esposa age de forma infantil, é quase certo que a resposta do cônjuge venha na forma de uma crítica ou repreensão típica de um adulto e vice-versa. Essa tendência apenas reforça que os esposos não se tratem como adultos, mas sim como pais e filhos.
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Isso significa que quando uma esposa vê o marido ter um comportamento inadequado e o repreende da mesma maneira como faria ao flagrar o filho com o dedo no nariz, na verdade está apenas irritando-o e reforçando que ele se comporte de modo infantil em outras ocasiões.
A blogueira Selena Mills, em artigo publicado no site Babble, conta que, ao parar de tratar o marido como criança, seu casamento melhorou significativamente. “Eu percebi lentamente e com admiração crescente que o meu marido tem sua própria maneira de fazer as coisas e que ele certamente pode aprender a lavar a roupa sem deixar todas as peças cor-de-rosa.”
Ela reconhece que foi difícil deixar de fazer “lembretes” ao marido do que tinha de ser feito e o modo de fazê-lo e que nem sempre é fácil ver a casa “destruída”, desarrumada ou não tão em ordem quanto ela gostaria. Mas o esforço tem valido a pena. Aos poucos, Selena percebeu, por exemplo, que o marido não deixava os filhos acordados até tarde por maldade para contrariá-la – como uma criança poderia fazer – mas apenas porque queria ficar mais tempo com os filhos. “Quando menos eu ‘inocentemente’ lembrar ou repreender meu marido [sobre as tarefas a serem feitas] melhores pais eu e ele seremos.”
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