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Nos próximos quatro anos, o nada discreto Donald Trump terá como seu vice-presidente um cauteloso, sóbrio, leal e eloquente cristão conservador. Estes são os adjetivos usados pela mídia para descrever Mike Pence. Ele mesmo se diz um “cristão, conservador e republicano, nesta ordem”.

Quando Donald Trump anunciou, em meados de julho, que faria de Pence seu candidato a vice-presidente, analistas avaliaram a notícia como uma jogada estratégica. Pence poderia fazer a ponte com os republicanos conservadores, que, apesar da vitória de Trump, ainda tem dificuldade em aceitar a personalidade do bilionário. O presidente da Câmara, Paul Ryan, por exemplo, rompeu com Trump quase no fim da campanha, logo depois que o vídeo de 2005, mostrando Trump fazendo comentários obscenos sobre mulheres, vieram à tona. Contudo, o mesmo Paul Ryan se considera um “grande fã” de Pence.

Para o jornal britânico “Telegraph”, Trump queria como companheiro de chapa alguém que pudesse ajudá-lo a vender suas ideias no Congresso. Atual governador de Indiana, Pence traz contatos úteis de seus 12 anos como deputado.

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Nem sempre ele tem a mesma opinião que Trump. Reportagem do jornal alemão Deutch Welle diz que o político de 57 anos já afirmou que a Rússia tem um “sistema corrupto”, enquanto Trump manifestou repetidamente elogios a Putin. Pence também se disse contra a proposta de Trump de recusar a entrada de muçulmanos no país.

Cristão evangélico, ele cresceu em uma família de classe média em Indiana e é casado há 30 anos. Depois de estudar Direito, ele trabalhou como advogado e apresentador de rádio.

Pró-vida

No campo moral, Pence rejeita a legitimidade o casamento gay e defende que aborto volte a ser crime nos Estados Unidos. Em 2000, pediu ao Congresso para fornecer fundos a organizações que ajudam pessoas a mudar seu comportamento sexual. Como governador de Indiana, ele conseguiu aprovar algumas das leis mais pró-vida do país, impondo diversas restrições ao funcionamento de clínicas de aborto no estado.

No início de outubro, Pence saiu vencedor do único debate televisivo dos candidatos a vice-presidente. De acordo com analistas, Pence convenceu com um tom presidencial, mais ponderado que o do rival democrata. Ele é tido como dono de uma retórica sagaz.

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Como vice-presidente, Pence poderá se tornar presidente, caso Trump não consiga terminar o mandato, seja por morte ou por outras razões, como impeachment, renúncia ou incapacidade. Dos 44 presidentes da história dos EUA, nove não chegaram ao final de seu mandato oficial. Além disso, o vice-presidente preside o Senado. Caso haja empate em uma votação na Casa, o voto de Pence é decisivo.

 

Com informações de Deutsche Welle e Telegraph.

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